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No aniversário de crise emocional,
Robert joga como guru corintiano
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Há exatamente seis anos, o meia
Robert, 32, estava internado numa clínica psiquiátrica em Porto
Alegre. Hoje, ele estréia no Corinthians com a missão de dar equilíbrio ao time de Geninho e orientar os atletas mais jovens.
Apresentado há apenas oito
dias, o jogador vai atuar diante do
Paraná, às 16h, em Curitiba.
O jogador, que estava no Sapporo, da segunda divisão japonesa,
foi contratado porque o clube
queria um atleta capaz de armar
as jogadas e acalmar a equipe nos
momentos críticos, assumindo o
posto de Vampeta, contundido.
Os corintianos sofrem com seguidas suspensões e neste ano já
se envolveram em brigas com
são-paulinos, santistas e atletas do
River Plate (Argentina).
No dia 3 de agosto de 1997, nem
Robert imaginava que poderia ser
indicado para ajudar um time inteiro a colocar a cabeça no lugar.
Dois dias antes daquela data, ele
havia sido internado por estar
com uma "crise maníaca", segundo os médicos do Grêmio, clube
que defendia naquela ocasião.
Deprimido por causa de uma cirurgia no joelho, ele passou a ter
atitudes que os médicos estranharam. "Vou ser vendido ao Milan
por US$ 14 milhões", disse, dias
antes de ser internado, ao comentar os planos para o futuro.
"Fiquei triste, abalado emocionalmente por causa da contusão,
mas consegui subir e cheguei a jogar na seleção", disse Robert, que
fala sem constrangimento sobre o
pior momento de sua carreira.
Ele acredita até que aquela crise
pode ajudá-lo a ser um dos líderes
do time hoje. "Estou mais forte,
tudo aquilo me deu uma nova visão da vida", afirmou.
Geninho espera que o estreante
acabe com a procura por um
substituto para Ricardinho, negociado com o São Paulo em 2002.
O plano é que a bola passe quase
sempre por ele para evitar os chutões da defesa para o ataque. Foi
isso que o meia fez na final do Brasileiro-02, em que o Santos derrotou o Corinthians. Robert foi o
santista que mais acertou passes
(26) e o mais acionado (36 vezes)
no jogo decisivo, segundo o Datafolha, depois de entrar no lugar de
Diego, contundido no começo.
No primeiro treino com os titulares corintianos, anteontem, Robert demonstrou que pode ajudar
a resolver outro problema da
equipe: a escassez de gols. O Corinthians não conseguiu balançar
a rede mais de uma vez em nenhum de seus últimos nove jogos.
No início de sua nova missão,
Robert terá que superar a falta de
condicionamento físico. O jogador já avisou que não conseguirá
jogar 90 minutos em Curitiba.
Ele tentará quebrar a rotina de
outros corintianos que se machucaram ou foram suspensos pouco
depois de virarem titulares.
Foi assim com César, que teve
de cumprir três jogos de suspensão, e Marquinhos, Cocito e Leandro Amaral, contundidos logo
após virarem titulares.
Antes do Brasileiro, no Campeonato Paulista, essa maldição já
atingiu a equipe. Lucas, hoje no
Rennes (França), quebrou o pé
esquerdo num treino antes de fazer a sua primeira partida como
titular. Ele ficou três meses fora.
Robert entra no lugar de Renato, suspenso, e disse não se assustar com os problemas da equipe,
que sofre também com a saída de
jogadores negociados. "Já passei
por experiências difíceis na minha vida e posso ajudar."
Com a sequência de desfalques,
Robert, o mais velho do time, terá
outro novato para ajudar hoje. O
zagueiro Marcos Vinícius, 18, fará
a sua estréia profissional. Ele ficará com a vaga de Marquinhos.
NA TV - Globo (só para SP) e
Record (só para São Paulo e
Campinas), ao vivo
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