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PAN 2003
País despacha para Santo Domingo delegação recheada de parentes
Irmãos empurram Brasil na disputa pelas medalhas
DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO
Se o Brasil enviou à Copa a "família Scolari", em Santo Domingo o país está representado pela
"família pan-americana". Literalmente. É comum encontrar dois
membros de uma mesma família
em diversas modalidades.
Os ginastas Daniele e Diego
Hypólito são o caso mais notório.
É a primeira vez que Daniele, 18,
destaque feminino da delegação
brasileira e prata no Mundial de
Ghent-2001, disputa um Pan ao
lado do irmão mais novo.
Porém se engana quem pensa
que apenas Diego, 16, se beneficia
do convívio. "Ele é uma pessoa
que me tranquiliza e dá muita força", argumenta Daniele.
De sua parte, a "pequena notável" ensina o caminho das pedras.
Retribui com dicas sobre treinos e
relacionamento com a mídia. "Ela
diz sempre para me manter calmo, mesmo se cometer um erro. É
importante passar uma imagem
positiva para os patrocinadores",
explica Diego.
Já os irmãos Marcel e Márcio
Wenceslau tiveram de se despedir
no aeroporto. Mas apesar de terem disputado a mesma vaga no
taekwondo, na categoria até 58
kg, os manos não reproduziram a
passagem bíblica de Abel e Caim
na qual este último mata o irmão.
Muito pelo contrário.
"Na última seletiva, meu irmão
deu uma facilitada. Ele estava
contundido e sabia que eu estava
em melhores condições. Foi uma
retribuição ao que fiz em 1999",
explica Marcel, 22, que estará em
Santo Domingo, em alusão ao fato de ter cedido a vaga ao irmão
mais velho em Winnipeg.
À época, ele ponderou que, por
ter mais idade e mais experiência,
o irmão reuniria melhores condições de representar o país.
Se, para os lutadores, o Pan representou uma separação, para
uma dupla de irmãos as competições, e especialmente Santo Domingo, são sinônimos de união.
É o caso, literalmente, de Alessandra, 29 e Renata Oliveira, 25,
da seleção de basquete.
Em Santo Domingo elas tiveram a oportunidade de se reencontrar, já que vinham atuando
em países diferentes. É a primeira
vez que atuarão lado a lado pela
seleção em torneio internacional.
"Acho legal estar com ela aqui.
Espero que esta seja a primeira de
muitas vezes que jogaremos juntas", comemorou Alessandra.
O time nacional de beisebol foi
pródigo ao atrair jogadores irmãos. Há dois pares: Elson Nishimura Júnior, 23, e Fernando Nishimura, 19, e Estevão, 27, e Renan
Sato, 20. Os dois últimos têm mais
um irmão, Reinaldo, 22, que atua
na Liga Profissional Japonesa e
não foi liberado por seu time.
Elson mostra preocupação com
o irmão mais jovem. "Por ele ser
mais novo, você pensa que não
vai conseguir fazer o que lhe pedem. Mas até agora tem conseguido chegar nas metas."
Mais dois esportes enviaram irmãos à República Dominicana.
Além de sua afinidade natural,
as gêmeas Carolina e Isabela de
Moraes, 23, do nado sincronizado, dão uma explicação técnica
para a parceria. Segundo elas, ter
o mesmo biótipo ajuda muito,
pois quanto mais parecidas forem
as pernas das atletas, melhor.
Andréa Henriques, 23, trocou o
nado sincronizado -sua modalidade original- pelo pólo aquático, após assistir aos jogos do irmão, Vicente, 24. "Me cansei do
nado e quando me chamaram
não tive dúvidas... Ainda mais
porque é mais uma forma de eu e
meu irmão estarmos juntos", afirma.
(EDUARDO OHATA, GUILHERME ROSEGUINI E JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)
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