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PAN 2003
Sem dinheiro da Lei Piva, sem os uniformes do COB e sem dar prioridade ao evento, equipe joga com a Colômbia
"Anti-Pan", futebol masculino estréia
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Se para os outros esportes o Pan
é uma celebração, para o futebol
brasileiro, especialmente o masculino, não passa, pelo que se viu
antes do embarque para Santo
Domingo e nos primeiros dias no
Caribe, de uma grande amolação.
Com um time sub-20 (o regulamento permitia a inscrição de
uma equipe sub-23), o Brasil abre
hoje, às 16h, contra a Colômbia,
sua participação nos Jogos.
Se na maioria dos casos a briga
por uma vaga na delegação brasileira é acirrada, no caso do futebol
masculino a CBF nem fazia questão de mandar uma equipe.
No início de junho, a entidade
anunciou que não participaria do
Pan para não desfalcar os times
durante a disputa Campeonato
Brasileiro, isso em uma temporada em que os clubes do país já perderam atletas para sete jogos da
seleção principal e dois longos
torneios do time sub-23.
Só depois de muita pressão de
políticos governistas a CBF mudou de idéia e decidiu mandar a
equipe sub-20 para Santo Domingo, onde as rusgas continuam.
A seleção chegou à capital dominicana vestindo roupas da Nike, a patrocinadora da CBF. Também vai entrar em campo com os
uniformes da firma norte-americana. Dessa forma, vai desprezar
o material da Olympikus, fornecedora oficial do COB.
Já em Santo Domingo, o futebol
queixou-se de tudo. Na Vila Pan-Americana, a alimentação não estaria no padrão com que os times
da CBF estão acostumados.
A qualidade dos gramados para
treinamento e mesmo dos estádios que serão usados também foi
alvo de pesadas críticas.
Por trás da má vontade do futebol em jogar o Pan está uma querela entre dois cartolas. Ricardo
Teixeira, presidente da CBF, e
Carlos Arthur Nuzman, dirigente
maior do COB, não se bicam. O
primeiro gaba-se de não depender das verbas da Lei Piva, enquanto o segundo reclama que o
futebol sempre cria dificuldades.
Além das disputas políticas e
queixas, o futebol difere das outras modalidade no Pan pela remuneração dos atletas. Mesmo
formado por jogadores sub-20, a
seleção brasileira de futebol que
está em Santo Domingo é composta por vários profissionais que
já atuam por grandes clubes, como Vágner, do Palmeiras, e Dagoberto, do Atlético-PR. Eles recebem mais de R$ 10 mil mensais,
remuneração impensável para a
maioria da delegação do país.
NA TV - Brasil x Colômbia, ao
vivo, às 16h, na Sportv
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