São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2008

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TÊNIS

Fim da linha


Depois de um mandato no mínimo controverso, Etienne de Villiers, homem forte da ATP, anuncia sua retirada

REGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

O SUL-AFRICANO Etienne de Villiers trabalhava para a Disney quando foi convidado a assumir o posto de maior executivo do tênis. À frente da ATP, a entidade que organiza o circuito, ficaria responsável por fazer do tênis um esporte mais emocionante, envolvente, global, como a Disney, aliás.
Alguém precisava fazer do esporte, até então elitizado, caro, dominado por alguns ídolos e só rentável na Europa e nos EUA, uma nova mania mundial, agradável a novas culturas, popular, acessível, mais divertida. Aos 56 anos, homem de sucesso, conhecedor do mercado de entretenimento, ele parecia ser a pessoa certa, para o posto certo, na hora certa.
É verdade que nunca teve sossego: ao assumir, já havia as suspeitas de doping, mais fortes que nunca em 2005, além da irritação dos duplistas com as mudanças nas regras. O dirigente, porém, pode ter pecado por qualquer coisa, menos omissão.
Primeiro, levou o constrangimento aos juízes devido ao "hawk-eye", o replay no telão que exibe erros nas marcações. Ato seguinte, obrigou organizadores a engolirem sapo nos contratos de eventos e na formulação do calendário. Para cumprir sua parte, inventou os torneios "round robin" no meio do ano. Fez história na ATP ao permitir que uma rodada de torneio, em Las Vegas, com as novas regras, terminasse sem que se soubesse ao certo quem estava classificado e quem estava eliminado.
Por fim, inventou de mudar os Masters Series, encarando fúria dos tenistas e ações judiciais de organizadores. "Saímos de um presidente que não fazia nada para um que inventa demais", falou Roger Federer.
"Ele não ouve ninguém. Quando ouve, ouve quem não entende nada", disse Rafael Nadal. Com Villiers no comando, os tenistas, um mais acostumado que o outro a cuidar da própria vida, se uniram -contra a ATP.
Agora, a própria ATP anuncia que seu chefe deixará a entidade ao fim do ano. Oficialmente, o trabalho que havia para ser feito foi feito. Talvez Villiers volte à Disney. Aprendeu, da pior maneira, que lidar com Federer ou Nadal é diferente de trabalhar com o Pateta ou o Pato Donald.

EM NOVA YORK
No masculino, Federer, Nadal e Novak Djokovic na luta pelo título. No feminino, todas na luta pelo primeiro lugar do ranking mundial.

NA COLÔMBIA
Bogotá abre a Copa Petrobras deste ano, a partir do dia 22. O maior pré-favorito é Marcos Daniel.

EM SÃO PAULO
Eric Gomes ganhou no domingo o título do Future de Santos. Na final, bateu Tiago Lopes em três sets. É o terceiro future de Gomes (Fortaleza e Barueri). Nesta semana, o Harmonia Tênis Clube terá o Future de São José do Rio Preto. Já as meninas jogam o Future de Barueri.

reandaku@uol.com.br



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