DA REPORTAGEM LOCAL

Não houve choro, aplausos ou gritaria. Mas foi sentida a despedida do atacante Aloísio do São Paulo, quase três anos depois de sua chegada, para jogar no Al Rayyan, do Qatar. Estava na sua cara emocionada e nas declarações de colegas.
"Não vou chorar não, viu. Foram três anos que convivi no melhor clube do mundo", derreteu-se. "Bola para a frente. Eu que já tinha, vou ter sempre o coração são-paulino", disse ele, campeão mundial e bicampeão brasileiro.
Com sua saída, só restaram o goleiro Rogério e o lateral Júnior da formação da final do Mundial-2005.
Dentro de campo, Aloísio era reserva. Mas seguia importante para o time por sua descontração.
Foi abraçado por vários atletas quando entrou em campo vestido de Armani. "Falei com o patrão [abraçou Rogério no treino], que é um dos melhores goleiros que vi. Lembro que às vezes preferia nem chutar e tentar o gol para dar aquela caidinha para ter falta para ele bater."
Outro carinho foi para o técnico Muricy Ramalho, a quem classificou como pai. "Sei que depois do jogo com o Grêmio, pela Libertadores [2007], tinha gente que me queria de fora. Ele me segurou."
Ao falar do pupilo, o treinador chegou até a falar que, em breve, Aloísio sentará no banco de reservas com ele. E Muricy fez até piada com a saída do atacante do clube.
Quando falava sobre o ex-colega, Hugo disse que a saída do atacante era sentida "nem pelo futebol, mas pela pessoa". Tentou consertar, mas o chefe não perdoou. "Quer dizer que o Aloísio não joga nada?", questionou Muricy, rindo.
Aloísio receberá alto salário no Qatar, enquanto o São Paulo leva US$ 1 milhão (R$ 1,7 milhão).
Em campo, o atacante marcou 23 gols em 124 jogos, quase um a cada cinco partidas, média baixa para sua posição. "Tem atacante que só pensa nele, não no grupo. O importante são os títulos", disse Aloísio, sobre seu estilo.
(RM)

Texto Anterior: Time: Muricy perde Hernanes, que "caiu na seleção", e recupera Hugo
Próximo Texto: Santos joga sua 12ª chance de sair do fundo
Índice