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FUTEBOL
Fidel Castro vai agora "adotar" o ex-craque em sua luta contra as drogas a pedido da família do ídolo argentino
Maradona é questão de Estado em Cuba
MAURICIO VICENT
DO "EL PAÍS"
Diego Armando Maradona, 43,
vai começar uma etapa ditatorial
na luta contra o vício das drogas.
Para conseguir sucesso definitivo,
o craque argentino vai a Cuba pela segunda vez e ficará sob o olhar
vigilante de ninguém menos que
Fidel Castro em pessoa.
Como garantia para a viagem
-adiada por meses devido a um
processo judicial que segurou o
jogador na Argentina a contragosto-, a família Maradona pediu ao líder cubano que retribua o
respeito e a admiração do ex-jogador, atuando "como um pai rigoroso", sem lhe dar privilégios.
O ex-jogador já se internara em
uma clínica de Havana entre 2000
e 2003, sem êxito. Apesar do tratamento, Maradona obteve na época seguidas permissões para ir a
discotecas e bares, entre outras liberdades pouco recomendáveis a
um viciado em cocaína.
Os efeitos do pedido foram notados no desembarque de Maradona em Havana, na última segunda, que teve contornos de assunto de Estado. Estavam lá o ministro da Saúde de Cuba, José Ramón Balaguer, o secretário do
Conselho de Estado cubano e ajudante pessoal de Fidel, José Millar,
e o embaixador argentino na ilha
caribenha, Abraham Taleb.
O diplomata afirmou que, após
passar por um check-up, Maradona será internado no Censam
(Centro de Saúde Mental), ligado
ao Ministério do Interior cubano,
que oferece tratamento tanto a
cubanos quanto a estrangeiros.
Taleb disse crer que, desta vez,
Maradona será bem-sucedido.
"Estimo que sim pela vontade e
pela decisão pessoal de Diego, que
é o principal", disse ele.
O craque deverá passar no mínimo 60 dias em tratamento intensivo na comunidade terapêutica, que fica bem próxima à residência do ditador local.
"Vou a Cuba porque é o que me
diz o coração. Estamos lutando
com Fidel contra as coisas às
quais o mundo não dá bola", disse
um Maradona deprimido, pesando 102 kg, antes de partir de Buenos Aires. Em sua chegada a Havana, porém, ele não quis falar.
Em Cuba, Maradona não foi
perseguido por jornalistas como
em outras partes do mundo.
Também não era assediado por
fãs, como acontece especialmente
na Argentina, onde até uma igreja
foi fundada em sua homenagem.
Com liberdade em Havana, o
argentino chegou a sofrer um acidente, mas teve só ferimentos leves -dirigindo na contramão,
bateu seu carro contra um ônibus.
Com a Reportagem Local
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