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No 1º dia, time encara estrutura ruim
DO ENVIADO A CONCEPCIÓN
A seleção sub-23 conheceu ontem seu primeiro local de treinamento e não gostou do que viu:
está utilizando as instalações do
clube Huachipato, que estão em
péssimas condições no momento.
""A gente sabia mais ou menos o
que ia encontrar. Mas não podemos reclamar se não tem água
quente, se as condições não são as
que costumamos ter. Isso é Pré-Olímpico. Sempre foi assim, no
Equador, na Bolívia...", declarou
o técnico Ricardo Gomes.
Os jogadores tiveram que fazer
seu primeiro treino em um campo diminuto. É apenas o campo 4
de um local que mostra gramados
com grama alta, campos esburacados e que passam por reforma.
""O senhor Guilherme Ribeiro
[administrador da delegação brasileira] conheceu o local em outubro e viu como era", disse Felipe
Cerecera, chefe de relações públicas do Huachipato, clube que fica
na cidade de Talcahuano, próxima de Concepción, sede do grupo
do Brasil na primeira fase.
""Tem tábua no vestiário, não temos privacidade", foram algumas
das reclamações de Ribeiro no
primeiro treinamento do sábado.
Ele elogiou, porém, as outras
instalações do clube chileno, que
joga na primeira divisão e que já
foi até campeão do país, em 1974.
""Há uma boa estrutura para recuperarmos os atletas após os jogos. Vamos aproveitar isso."
Cerca de 30 garotos assistiram,
pela manhã, ao primeiro treino
brasileiro em solo chileno. A atividade também foi acompanhada
pelo técnico do Huachipato, Carlos Pedemonte. ""Eu ficaria com
qualquer um dos atletas da seleção brasileira sub-23 para meu time principal", disse o treinador.
""O campo é muito duro. Fica difícil", reclamou o zagueiro Alex,
que ainda se recupera de tendinite
nos dois joelhos. ""O campo é de
futebol soçaite", disse Robinho.
O administrador da seleção ainda tentou apressar as reformas no
gramado do estádio do Huachipato, que comporta 10 mil pessoas, para o treino da tarde. Sem
sucesso. Os jogadores tiveram de
treinar de novo no campo 4.
Além dos problemas estruturais, o Huachipato estampa em
suas instalações publicidade da
Adidas, principal concorrente da
Nike. Além da Adidas, o clube
tem uma parceria com a Pepsi,
que comercializa produtos no estádio do time -a seleção é patrocinada pela Nike e garota-propaganda do Guaraná Antarctica.
Funcionários do Huachipato se
esforçavam para amenizar o desconforto da seleção, mas a ordem
no clube é para não permitir treinos no melhor campo antes que
ele esteja em condições. Também
não seriam retirados os nomes da
Adidas e da Pepsi dos arredores.
""Não estamos recebendo nada
por ceder nossas instalações para
a seleção brasileira. Para a imagem do clube, é bom receber o
Brasil. Os campos estavam melhores. É que não há atividades
aqui há três semanas. Na quarta-feira, os jogadores de nosso clube
voltam a treinar", disse Cerecera.
O hotel em que a seleção está
hospedada em Concepción também não agradou a muitos membros da delegação. A seleção chilena, anfitriã do Pré-Olímpico, ficará na mesma cidade, mas instalada em um hotel melhor.
""Estamos atrás de um título inédito, que é a medalha de ouro
[olímpica]. Não sou muito de falar com os jogadores no vestiário,
mas lembrei a eles que, se queremos o título, temos que enfrentar
todas as condições desfavoráveis", afirmou Ricardo Gomes.
O Brasil irá reconhecer o gramado do estádio de Concepción,
local dos jogos, só na terça-feira.
O time estréia contra a Venezuela
no dia seguinte e, depois, pegará
Paraguai, Uruguai e Chile.
(RBU)
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