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FUTEBOL
Técnico e atletas desvirtuam qualidades do time para calar críticos e vaias da torcida em novo jogo com o Figueirense
São Paulo assume busca por vitória magra
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem for hoje ao Morumbi para rever São Paulo x Figueirense
terá que ter paciência com a "nova" característica do "velho" time
de Oswaldo de Oliveira.
O técnico diz que não quer mais
espetáculo. Os jogadores também. Dizem ter aprendido com os
insucessos e agora jogam só para
ganhar, ainda que de pouco.
Mas o pragmatismo do novo
discurso dos são-paulinos não
coincide com os números do Datafolha. As características da equipe não são as de quem joga por vitórias simples, como querem fazer crer técnico e elenco: os fundamentos ofensivos são os de melhor performance do time.
O discurso do São Paulo, entretanto, tem a ver com o desafio de
hoje: romper a retranca do Figueirense, que não venceu no Nacional, mas se destaca nos fundamentos defensivos.
"Só o que importa é continuarmos vencendo. Se o São Paulo ganhar, não importa de quanto, somará três pontos", disse Kaká.
Oliveira também se irritou com
a cobrança. "Com 1 a 0 sobre o Figueirense, nos classificamos na
Copa do Brasil. Outro resultado
igual nos fará subir na tabela."
Ricardinho, que recebeu vaias
da torcida no último jogo, foi o
mais crítico em relação aos descontentes com o resultado "magro". "Qual é a crise? Estamos nas
quartas-de-final da Copa do Brasil. Rodar a bola para atacar com
precisão não é demérito."
Apesar do discurso agora ser
minimalista em relação à pretensão de gols, o São Paulo lidera o
ranking de finalizações do Brasileiro, com uma média de 17,3 por
partida. O ataque, que bateu recordes no Nacional-02 e que tem
Luis Fabiano (21 gols em 24 jogos
do time em 2003), tinha a quarta
melhor marca até o começo da rodada -13 gols em seis jogos.
O problema pode estar na pontaria dos são-paulinos, que só
acertam 6,8 dos 17,3 chutes que
dão por partida. O time também
está entre os mais dribladores
-média de 17,7. Com as estréias
de Leonardo e Kaká no Nacional
hoje, a marca pode aumentar,
pois os dois se destacam no fundamento: o meia-atacante teve
média de 5,1 dribles por jogo no
Paulista, e o lateral, de 2,1 (o maior
driblador são-paulino atualmente
é Júlio Baptista, com 2,8).
Tanta força ofensiva, contudo,
só foi capaz de furar uma vez a retranca do Figueirense no embate
pela Copa do Brasil no meio da semana. No Brasileiro, o Figueirense, que deve estar desfalcado do
veterano Evair (que se contundiu
na quinta-feira), mas promete ser
mais ofensivo, é o time que mais
desarmes faz por jogo -150,5.
Colaborou a Agência Folha
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