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São Paulo, domingo, 04 de maio de 2003

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FUTEBOL

Técnico e atletas desvirtuam qualidades do time para calar críticos e vaias da torcida em novo jogo com o Figueirense

São Paulo assume busca por vitória magra

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem for hoje ao Morumbi para rever São Paulo x Figueirense terá que ter paciência com a "nova" característica do "velho" time de Oswaldo de Oliveira.
O técnico diz que não quer mais espetáculo. Os jogadores também. Dizem ter aprendido com os insucessos e agora jogam só para ganhar, ainda que de pouco.
Mas o pragmatismo do novo discurso dos são-paulinos não coincide com os números do Datafolha. As características da equipe não são as de quem joga por vitórias simples, como querem fazer crer técnico e elenco: os fundamentos ofensivos são os de melhor performance do time.
O discurso do São Paulo, entretanto, tem a ver com o desafio de hoje: romper a retranca do Figueirense, que não venceu no Nacional, mas se destaca nos fundamentos defensivos.
"Só o que importa é continuarmos vencendo. Se o São Paulo ganhar, não importa de quanto, somará três pontos", disse Kaká.
Oliveira também se irritou com a cobrança. "Com 1 a 0 sobre o Figueirense, nos classificamos na Copa do Brasil. Outro resultado igual nos fará subir na tabela."
Ricardinho, que recebeu vaias da torcida no último jogo, foi o mais crítico em relação aos descontentes com o resultado "magro". "Qual é a crise? Estamos nas quartas-de-final da Copa do Brasil. Rodar a bola para atacar com precisão não é demérito."
Apesar do discurso agora ser minimalista em relação à pretensão de gols, o São Paulo lidera o ranking de finalizações do Brasileiro, com uma média de 17,3 por partida. O ataque, que bateu recordes no Nacional-02 e que tem Luis Fabiano (21 gols em 24 jogos do time em 2003), tinha a quarta melhor marca até o começo da rodada -13 gols em seis jogos.
O problema pode estar na pontaria dos são-paulinos, que só acertam 6,8 dos 17,3 chutes que dão por partida. O time também está entre os mais dribladores -média de 17,7. Com as estréias de Leonardo e Kaká no Nacional hoje, a marca pode aumentar, pois os dois se destacam no fundamento: o meia-atacante teve média de 5,1 dribles por jogo no Paulista, e o lateral, de 2,1 (o maior driblador são-paulino atualmente é Júlio Baptista, com 2,8).
Tanta força ofensiva, contudo, só foi capaz de furar uma vez a retranca do Figueirense no embate pela Copa do Brasil no meio da semana. No Brasileiro, o Figueirense, que deve estar desfalcado do veterano Evair (que se contundiu na quinta-feira), mas promete ser mais ofensivo, é o time que mais desarmes faz por jogo -150,5.


Colaborou a Agência Folha


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