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FUTEBOL
Após derrota para Grécia na estréia da Euro, Portugal tenta revanche com time reformulado durante a competição
Jogo de abertura se renova para a decisão
DO ENVIADO A LISBOA
Cada jogo é uma história mesmo. O primeiro foi 2 a 1 para a
Grécia, mas Portugal pega hoje na
final da Eurocopa os seus únicos
algozes no torneio com uma escalação totalmente diferente.
Após a preocupante derrota na
estréia, o técnico Luiz Felipe Scolari mexeu bastante no time e encontrou sua melhor formação.
A defesa foi bastante mexida. O
lateral-direito Paulo Ferreira, que
errou passe crucial no primeiro
gol grego, foi para a reserva. Rui
Jorge e Fernando Couto deixaram
o time titular. Entraram Miguel
na direita e Nuno Valente na esquerda. No meio da defesa, apareceu Ricardo Carvalho.
No meio-campo, Rui Costa deu
lugar a Deco, estrela ascendente
que deve trocar o Porto pelo Barcelona. Simão Sabrosa perdeu a
vaga para Cristiano Ronaldo, 19.
Nuno Gomes ganhou a confiança de Scolari no ataque e agora faz
""sombra" para Pauleta, apesar de
começar no banco. Ontem, Rui
Costa, 32, anunciou que faz hoje
seu último jogo na seleção. "Passei 13 anos da minha vida dando o
melhor para o meu país. A transição de gerações está feita."
Se Paulo Ferreira, homem que
""entregou o ouro" na estréia, não
estará em campo, Karagounis,
grego que fez o primeiro gol da
Euro naquele 12 de junho não jogará também. Ele está suspenso e
deve ser substituído por Katsouranis. Já o lateral-direito Seitaridis
jogará vendido para o Porto.
Scolari explicou ontem aos jornalistas europeus que no Brasil o
vice quase não tem valor. ""Para o
técnico brasileiro, ser segundo é
como ser último. Se não vencermos, serei o último", disse.
Ele repetiu que cada time tem
50% de chances de ganhar. ""Temos que ter paciência e cautela
para não cometermos erros. As
duas equipes tiveram o mesmo
número de vitórias e quase o mesmo saldo de gols. A Grécia é fortíssima, com um sistema muito
bem organizado, jogadores com
vontade e disciplina tática ferrenha. Teremos que fazer a melhor
partida da Eurocopa", afirmou.
Apesar de as situações serem diferentes (e todas estarem favoráveis a Portugal), o técnico da Grécia, Otto Rehhagel, está otimista.
""Estamos confiantes, apesar de
decidirmos fora de casa. É algo especial o último jogo repetir o primeiro. Quero agradecer aos torcedores portugueses por nos tratar bem mesmo com a nossa vitória na primeira partida."
Na história da Euro, duas outras
vezes uma final repetiu um duelo
de estréia de seleções. Em 1988, a
Holanda caiu no seu primeiro jogo por 1 a 0 para a União Soviética. Depois, na final, ficou com a
taça ao vencer por 2 a 0. Em 1996,
a Alemanha bateu por 2 a 0 a República Tcheca na primeira fase.
Na final, os alemães levaram a
melhor de novo, só que por 2 a 1 e
apenas na ""morte súbita".
Os anfitriões portugueses são
favoritos para o duelo de hoje, até
mais do que na estréia, quando
também estavam mais cotados
que os gregos. Apesar disso, o discurso é de muito respeito.
""Não podemos ter pressa para
fazer o gol. Precisaremos de calma. A Grécia é um time que sabe
se fechar bem e joga no erro do rival", disse o volante Maniche.
Os portugueses estão especialmente contentes em enfrentar os
gregos porque ganharam a chance da revanche.
(RODRIGO BUENO)
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