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TÊNIS
Em sua 1ª final de Grand Slam, russa derrota a bicampeã Serena Williams com facilidade e é campeã de Wimbledon
Sharapova coroa trajetória de Cinderela
DA REPORTAGEM LOCAL
Maria Sharapova coroou ontem sua trajetória de Cinderela
com o título de Wimbledon.
A adolescente russa, de somente
17 anos, dominou a partida contra
a americana Serena Williams,
campeã do torneio em 2002 e
2003, e marcou 6/1 e 6/4.
Com a vitória, Sharapova se tornou a segunda mais jovem campeã de Wimbledon na Era Aberta
(desde 1968) -a suíça Martina
Hingis conquistou o torneio em
1997 aos 16 anos.
Sharapova disputou sua primeira decisão de Grand Slam e conquistou o quarto título de sua carreira, o segundo no ano.
Apesar de sua inexperiência em
finais de grandes torneios, a russa
demonstrou segurança e tranqüilidade no confronto de ontem.
Com a confirmação da vitória,
com uma bola na rede de Serena,
Sharapova se ajoelhou e cobriu o
rosto com as duas mãos.
Após ganhar um abraço da norte-americana, a campeã de Wimbledon invadiu a arquibancada
para cumprimentar o pai, Yuri.
Ao voltar para a quadra, ela pegou um celular, mas não conseguiu completar a ligação.
"Estava tentando ligar para a
minha mãe", afirmou ela depois.
"Não estava funcionando. Não sei
o que havia de errado."
Sua mãe estava nos EUA, onde a
família vive atualmente.
Nascida em Nyagan (Sibéria), a
peripécia de Sharapova começou
aos dois anos, quando sua família
decidiu deixar a cidade temendo
possíveis conseqüências com o
acidente nuclear de Chernobyl.
Ela deu suas primeiras raquetadas aos quatro anos e foi "descoberta" aos seis, durante uma clínica em Moscou. Impressionada
com o talento da garota, Martina
Navratilova, maior vencedora de
Wimbledon, aconselhou seu pai a
levá-la para treinar nos EUA.
Aos nove anos, Sharapova desembarcou com o pai e US$ 700
em um novo país sem falar o idioma local. Sem visto, a mãe permaneceu na Rússia e ficou separada
da filha por dois anos.
O contato com o pai também diminuiu, já que Yuri tinha que trabalhar e Sharapova passou a morar com tenistas mais velhas, de
quem era vítima de brincadeiras.
Pelo fato de ser russa, bonita e
loira, logo surgiram as comparações com Anna Kournikova, que
são rechaçadas pela tenista.
"Não quero ser a nova Kournikova, mas sim a primeira Sharapova", afirmou ela, que dentro de
quadra leva imensa vantagem sobre a compatriota -no circuito
profissional desde 1997, Kournikova nunca conquistou um título
individual de relevância.
"Não era o meu dia", afirmou
Serena após a partida. "Maria
realmente jogou muito bem. Parabéns pelo seu primeiro Grand
Slam", afirmou a norte-americana que buscava seu sétimo título
da principal série do tênis e havia
vencido o primeiro e único confronto contra sua rival de ontem.
Além da glória pessoal, Sharapova também dá seqüência ao
bom momento que vive o tênis
russo entre as mulheres.
No mês passado, em Roland
Garros, Anastasia Myskina se tornou a primeira tenista do país a
conquistar um Grand Slam.
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