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OLIMPÍADAS
Objetivo é tornar competição acessível a países do terceiro mundo, especialmente da América do Sul e África
COI estuda pacote para conter custos e democratizar Jogos
ADALBERTO LEISTER FILHO
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O COI (Comitê Olímpico Internacional) decidiu reduzir os custos de organização dos Jogos
Olímpicos para incentivar as candidaturas de países do Terceiro
Mundo, como o Brasil, que deve
postular os Jogos-2012.
O presidente da entidade, o belga Jacques Rogge, instruiu a Comissão de Estudos da entidade
para que busque maneiras de os
Jogos serem menos custosos para
serem realizados pelas sedes.
""Organizar edições de olimpíadas na África e na América do Sul
é um sonho do COI, mas acredito
que para que isso seja possível que
tenhamos de reduzir os custos e a
complexidade dos Jogos."
Para o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos
Arthur Nuzman, no entanto, os
custos para a organização dos Jogos continuarão caros, independentemente dos esforços do COI.
"A cidade que for a candidata
brasileira a ser sede olímpica tem
que estar ciente de que esse é um
projeto de longo prazo, que pode
envolver até três administrações
municipais diferentes. Além disso, tem que haver envolvimento
também dos governos estadual e
federal", explicou Nuzman.
"Sydney gastou US$ 10 bilhões
na última Olimpíada. Pequim irá
gastar US$ 30 bilhões nos Jogos de
2008. Ao entrarmos na disputa,
temos que estar cientes de que a
organização de uma Olimpíada é
bastante onerosa", completou.
Só para ser postulante aos Jogos, a cidade paga uma taxa de
US$ 100 mil ao COI. Caso seja selecionada para a rodada final, desembolsa mais US$ 500 mil.
No Brasil, as cidades terão que
desembolsar mais R$ 200 mil adicionais ao COB para poder ser
candidatas. Essas taxas não são
restituíveis, mesmo que esses municípios não ganhem a eleição.
Segundo o COI, o custo operacional de uma Olimpíada é de
US$ 2 bilhões. O gigantismo dos
Jogos faz com que haja cerca de
200 mil pessoas credenciadas.
"Reduzir o custo e a complexidade dos Jogos, em especial daqueles cujas sedes ainda não foram escolhidas, será o desafio das
próximas décadas, que devemos
enfrentar agora", afirmou Richard Pound, um dos membros
da Comissão de Estudos do COI.
Um relatório da comissão será
apresentado na reunião do Comitê Executivo da entidade, durante
reunião em Praga (República
Tcheca), em julho de 2003.
""Existe uma diferença entre o
que é realmente necessário e o
que é "legal" ter. E é justamente isso que esse estudo deve apontar",
explicou à Folha Giselle Davies,
uma das diretoras do COI.
Segundo o COI, é possível que
algumas idéias de redução de custos sejam implantadas já nos Jogos de Atenas-2004. Porém a
maioria das recomendações deve
ser testada só nos Jogos de Inverno de Turim, na Itália, em 2006.
O COI optou por não especular
sobre possíveis efeitos que as
idéias do Comitê de Estudo possam vir a ter sobre o manual de
candidaturas olímpicas que o
COB distribuiu há algumas semanas aos municípios interessados
em se candidatar a receber olimpíadas. ""Nenhuma decisão foi tomada ainda, é muito cedo para
comentar quaisquer efeitos que
nossa pesquisa possa ter no estudo do COB", afirma Giselle.
Com agências internacionais
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