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POR QUÊ
TVs entram em crise e ajudam a ampliar perdas
DA REPORTAGEM LOCAL
A discussão sobre a validade
de manter ou não ações em
Bolsa não se restringe à Itália.
Na Inglaterra e na Alemanha
ela também começa a dominar
o cenário.
Tudo começou com a ISL, gigante de marketing esportivo
que quebrou no ano passado.
Parceira da Fifa desde os tempos de João Havelange, que comandou a entidade entre 1974
e 1998, a agência detinha parte
dos direitos de transmissão das
Copas de 2002 e 2006.
Parte de sua massa falida acabou parando nas mãos do grupo Kirch, da Alemanha, que
passou a ter, sozinho, os direitos de TV dos dois primeiros
Mundiais do novo milênio.
Só que, com problemas financeiros, o grupo de mídia
alemão não conseguiu vender
os direitos como esperava -o
continente africano, por exemplo, exceção feita à África do
Sul recebeu-os de graça- e
também foi à bancarrota.
A Bundesliga, responsável
pelo campeonato alemão, sofreu sérios prejuízos com a crise do grupo Kirch e as receitas
dos clubes foram reduzidas.
As cotas da temporada 2001/
2002 estavam sendo renegociadas e, quando as renegociações
começaram, os clubes que tinham ações em Bolsa passaram a vê-las caindo ladeira
abaixo. Foi o caso do Borussia
Dortmund, cujas ações no ano
passado caíram 38,7%.
Na Holanda, clubes com
ações em Bolsa também têm sido prejudicados. As do Ajax,
por exemplo, foram desvalorizadas em 2001. O preço delas
caiu, em média, 26,5%.
Na Inglaterra, analistas ligados à FA, a federação inglesa de
futebol, têm dito que, com raras exceções, abrir o capital não
é a melhor alternativa para clubes que querem arrecadar dinheiro. Com a ITV, uma das
emissoras que transmitia o
Campeonato Inglês, ameaçando dar calote nos clubes, a tendência é que o poderio dos clubes de futebol não seja tão
grande como há alguns anos.
No ano passado, eles lembram que, enquanto a Bolsa de
Londres teve perdas na ordem
dos 16%, o Arsenal, que recentemente contratou o brasileiro
Gilberto Silva, tinha desvalorização na casa dos 33%.
Uma das exceções é o Manchester United, principal clube
inglês. Como o time tem seu
próprio canal de TV e tem mais
de 40% de suas receitas graças a
ações de marketing e licenciamento de produtos, suas ações
continuam em alta.
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