São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Operários provocam incêndio e param obra gremista após morte 2014 Trabalhador de 40 anos foi atropelado em via perto da futura arena FELIPE BÄCHTOLD DE PORTO ALEGRE Uma revolta de operários destruiu os alojamentos da obra do novo estádio do Grêmio, em Porto Alegre, e provocou sua paralisação ontem. O clube mantém a esperança de sediar a Copa de 2014 na arena, já que a reforma do estádio Beira-Rio, do Internacional, está atrasada. Os tumultos começaram na noite de domingo, após um trabalhador de 40 anos morrer atropelado na estrada que separa um bloco de dormitórios do canteiro de obras. Indignados, colegas atearam fogo em um galpão da construtora OAS, onde cerca de 500 trabalhadores moravam. Por pouco as chamas não atingiram uma subestação da companhia de energia do Estado, que fica ao lado. Horas mais tarde, um novo tumulto causou a destruição de outro bloco de quartos, dessa vez dentro do canteiro. Trabalhadores disseram que escaparam por pouco de uma tragédia: parte deles já estava dormindo quando o fogo se alastrou. "Vieram bater na porta [e gritaram]: 'Sai, sai, sai que está pegando fogo'.", disse Pedro Bittencourt Júnior, 21. A maioria dos funcionários veio de outros Estados para trabalhar no local, principalmente do Nordeste. Muitos perderam pertences e documentos no incêndio. Os operários reclamam de falta de higiene e conforto nos dormitórios. Afirmam que, às vezes, são obrigados a atravessar a pé a estrada perto da obra do novo estádio. A via é uma das mais movimentadas de Porto Alegre. Ontem, os trabalhadores foram transferidos em ônibus para hotéis. Cerca de 1.300 funcionários trabalham na construção da arena. O Ministério Público do Trabalho disse que irá investigar o caso. Em março deste ano, as obras da arena haviam sido embargadas pelo governo federal devido à precariedade nas instalações. Também ocorreu uma greve. Em nota, a construtora OAS declarou que lamenta a morte e que prestou apoio à família do operário. Disse ainda que a situação está "sob controle" e que espera retomar as obras hoje. Texto Anterior: Presidente reforça sua distância de Teixeira Próximo Texto: 'Não adianta brigar com o meu corpo' Índice | Comunicar Erros

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