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FUTEBOL
Time de Nelsinho tenta controlar os nervos diante dos comandados de Parreira, que ensinou o seu clube a ser calmo
Tenso, São Paulo testa frieza corintiana
EDUARDO ARRUDA
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
A racionalidade do Corinthians
e a passionalidade do São Paulo se
confrontarão hoje no primeiro
duelo entre os dois clubes pela final do Torneio Rio-São Paulo.
Em seu caminho rumo à decisão, o time do Morumbi foi do céu
ao inferno. Aplicou seis goleadas
seguidas, mas também amargou
quatro derrotas consecutivas, fruto da instabilidade emocional que
acompanha a equipe de Nelsinho
Baptista desde o ano passado.
Prova das dificuldades enfrentadas pelo clube é a maneira como
os são-paulinos carimbaram a vaga na decisão do regional.
Beneficiado por um item esdrúxulo do regulamento, em que os
cartões são um importante critério de desempate, o clube do Morumbi eliminou o Palmeiras após
dois empates nas semifinais por
ter sido punido menos vezes com
o amarelo (4 contra 7 do rival)
-mesmo sendo a equipe mais
indisciplinada na primeira fase,
com oito jogadores expulsos.
Até obter a classificação às semifinais foi um martírio para o
São Paulo. A vaga só foi obtida na
última rodada, após uma partida
dramática contra o Americano e
reveses de Vasco e Fluminense.
Os 5 a 3 obtidos diante do time
carioca expuseram a fragilidade
de nervos do time, que durante algumas rodadas foi considerado a
sensação do torneio.
A irregularidade são-paulina foi
fomentada por desentendimentos entre os atletas e pela crise entre Nelsinho Baptista, que deve
deixar o clube, e a nova diretoria.
"De repente, por eles [corintianos" estarem em um grande momento, talvez tenham mais calma
em campo. Nós só conseguimos a
classificação na reta final da primeira fase e tivemos altos e baixos, que não deixam ninguém
calmo", disse o meia Adriano.
"O que nós precisamos é trabalhar melhor a bola, para termos
mais tranquilidade", disse Nelsinho. No treino de anteontem, ele
abusou dos berros para orientar
seus jogadores, que sonham em
descontar a eliminação nas semifinais da Copa do Brasil, diante
do mesmo rival de hoje.
O Corinthians, clube historicamente marcado por conflitos internos, atravessa um raro momento de estabilidade.
Nem os desentendimentos com
o parceiro norte-americano, o
fundo HMTF, nem a saída de Luizão, que está em litígio com o clube, atrapalharam a caminhada até
aqui vitoriosa da equipe comandada por Carlos Alberto Parreira.
Com um estilo de jogo marcado
pela frieza, os corintianos chegam
às finais do Rio-SP ostentando a
melhor campanha na fase inicial.
Diferentemente do time comandado por Wanderley Luxemburgo no ano passado, o Corinthians de Parreira não enfrenta
problemas de relacionamento.
Em campo, os jogadores demonstram solidariedade. Dos 34
gols marcados pelo time no interestadual, 24 (pouco mais de
70%) saíram de assistências.
O time também demonstra paciência para chegar ao gol, recurso que incomoda os adversários.
Segundo o Datafolha, o Corinthians é o time que passa a bola
com mais eficiência (88,6% de
acerto) na competição. No entanto, é só o oitavo em finalizações.
"É a nossa melhor arma [o toque de bola". Não adianta tentarmos usar outras", disse Parreira.
"O nosso preparo físico e o lado
emocional podem fazer diferença
nessa hora", disse o técnico, cujo
time é o campeão do "fair play".
O Corinthians, que só teve um
atleta expulso neste ano, é a equipe que menos faltas comete no regional, média de 18,9 por jogo.
"Além do trabalho bem feito, o
que contribui para uma situação
emocional favorável são os resultados. E isso estamos fazendo",
constatou o meia Ricardinho.
NA TV - Globo, Record e
Sportv, ao vivo, às 16h
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