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Em um mês, cariocas vão dos sonhos para a crise
Após euforia por ressurreição, Fla, Flu e Vasco vivem má fase no Brasileiro
Renato Gaúcho, que chegou a falar em "brincar" no Brasileiro, agora tem o cargo de técnico ameaçado no Fluminense, 19º no torneio
SÉRGIO RANGEL
EM SÃO PAULO
Eufóricos há cerca de um
mês, Fluminense, Vasco e Flamengo amargam a ressaca no
Campeonato Brasileiro.
No início de julho, o tricolor
carioca se preparava para conquistar a Libertadores -título
inédito em sua centenária história. Já o Flamengo liderava o
Brasileiro com cinco pontos de
vantagem sobre o Cruzeiro, time que permanece ainda na vice-liderança. O Vasco, por sua
vez, comemorava o final da era
Eurico Miranda e acreditava na
volta do período de vitórias em
campo, o que não aconteceu.
Agora, a realidade dos três
clubes é bem diferente.
Finalista da Libertadores, o
tricolor carioca enfrenta a
maior crise entre os cariocas.
Na zona de rebaixamento desde a segunda rodada, o time das
Laranjeiras foi obrigado ontem
a fugir dos torcedores.
Temendo protestos no clube,
a diretoria transferiu o treinamento para o isolado estádio da
Portuguesa, na Ilha do Governador. Além disso, os dirigentes proibiram os torcedores de
assistir ao treino na zona norte.
""Não é a primeira vez que
acontece isso no futebol brasileiro. A torcida foi demais na
Libertadores, mas existem momentos para deixá-la de fora.
Queremos apenas tranqüilidade para trabalhar", disse o técnico Renato Gaúcho, que, antes
de o time perder a Libertadores
para a LDU em pleno Maracanã, afirmava que a equipe
""brincaria" no Brasileiro.
Amanhã, o treinador poderá
perder o cargo em caso de nova
derrota. O time enfrentará o
São Paulo, no Maracanã.
""A fase não é boa, mas sei que
ela vai passar. O problema não
sou eu. Não vou ficar aqui falando de desfalques, mas é fato
que o Fluminense de um mês
atrás era um, hoje é outro. Só
não vê quem não quer", afirmou o treinador, que conta
com o apoio do presidente da
Unimed, Celso Barros.
O Fluminense soma apenas
13 pontos e está na penúltima
colocação do Brasileiro. Desde
a eliminação da Libertadores, o
time teve aproveitamento de
37,03% (cinco derrotas, três vitórias e um empate).
Como se não bastasse a má
fase, o tricolor carioca não conta com os seus principais jogadores na Libertadores -o meia
Thiago Neves e o zagueiro
Thiago Silva. Os dois vão disputar os Jogos de Pequim.
Já o Vasco também está em
situação delicada na tabela. O
time de São Januário tem 19
pontos e está na 14ª colocação.
Além da má fase em campo-
confirmada na goleada para o
São Paulo, por 4 a 0, domingo-,
Edmundo expôs a crise no grupo. Na última quarta, ele reclamou de vários companheiros e
se recusou a jogar no Morumbi.
""Fico envergonhado, principalmente pela forma como foi o
último jogo. Encontro alguns
amigos e eles dizem que se fizerem um time qualquer vão ganhar da gente. É um jogo para
se ter vergonha", disse o atacante Leandro Amaral, acrescentando que o time ""corre um
grande risco" de ser rebaixado.
Na noite de anteontem, os
vascaínos tiveram que embarcar no ônibus do clube na pista
do aeroporto Santos Dumont
para não enfrentar um grupo
de torcedores. Eles queriam jogar pipocas nos atletas.
Apesar de estar longe da zona
de rebaixamento, o Flamengo
também vive crise. Após derrota para o Cruzeiro, por 2 a 1, no
Maracanã, o time deixou pela
primeira vez o G4 -não vence
há seis partidas no torneio.
""Nenhum jogador tem culpa
por esses últimos resultados e
não tenho medo nenhum em
relação ao meu emprego. Acredito no que venho fazendo e
quero isentar todo mundo. Estou certo de que vamos virar, o
torcedor pode acreditar nisso",
disse o técnico Caio Júnior, que
foi chamado de burro pela torcida na última partida, no Rio.
No último mês, o Flamengo
perdeu os principais jogadores
-o meia Renato Augusto e os
atacantes Marcinho e Souza.
""São os altos e baixos do futebol brasileiro. Os times estão
nivelados, mas não tem no Brasil nenhum jogador que faça a
diferença. Não existe um bom
time. Estamos vivendo o nosso
inferno astral, mas vamos superar", acrescentou o presidente do Flamengo, Márcio Braga.
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