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INTERNET
You Tube se une ao COI contra a pirataria
Site exibirá vídeos oficiais e inibirá imagens amadoras
DA REPORTAGEM LOCAL
Ainda envolto na polêmica
sobre a manutenção da censura
a sites considerados "sensíveis"
pelo governo da China, o COI
(Comitê Olímpico Internacional) costurou ontem acordo
com a principal página de compartilhamento de vídeos na internet, o You Tube, com o objetivo de impedir o uso ilegal de
imagens durante a Olimpíada.
Pelo acordo, clipes oficiais de
três horas de duração com o
melhor da programação olímpica diária serão postados no
site e acessados apenas nos 77
países cujas TVs não adquiriram os direitos de transmissão.
Ao mesmo tempo, o You Tube se comprometeu com o órgão a impedir o "upload" de cenas de competição disponibilizadas por amadores -o que fere a proteção legal das imagens,
que só podem ser exibidas pelas
redes de TV que as adquiriram.
Como pagamento pelo trabalho de vigilância, o site de compartilhamento de vídeos poderá exibir anúncios acompanhando as imagens, mas desde
que sejam dos 12 patrocinadores oficiais da Olimpíada. "Pela
primeira vez na história, teremos cobertura global do evento
com canal próprio de difusão e
produção de imagens", disse
Timo Lumme, diretor de TV e
marketing do comitê.
Para ele, a opção por um canal oficial de difusão de imagens ajudará a combater a pirataria. "O espectador sempre
prefere uma transmissão profissional do que um vídeo sem
condições técnicas registrado
por um telefone celular", disse.
Na maioria dos 77 países que
terão livre acesso ao canal do
COI no You Tube (principalmente na África e no Oriente
Médio), o número de internautas é reduzido, assim como a
quantidade de computadores.
Além de inédita, a negociação
com o You Tube é mais um passo do comitê olímpico no sentido de colocar a Olimpíada on-line com mais intensidade.
A venda de direitos específicos para a internet só começou
em Atenas-2004 e, mesmo assim, com uma série de restrições, como a exigência de um
atraso na exibição dos vídeos
que chegava a várias horas.
Outra volta atrás do COI que
privilegiou novas mídias foi a
permissão para que atletas e dirigentes possam blogar direto
da Vila Olímpica, o que era
proibido até Pequim.
Pelas novas regras, blogs pessoais são autorizados desde que
seu proprietário se atenha "a
sua experiência olímpica pessoal", informou Lumme.
A outra questão que envolve
o COI e a internet em Pequim
está apenas meio solucionada:
a censura do governo chinês. A
entidade ainda tenta conseguir
a liberação total da rede, ao menos para os jornalistas.
"É uma vitória ver sites como
o da Anistia Internacional
acessados livremente, mas não
posso me desculpar por algo sobre o que não somos responsáveis. Quem gerencia a internet
aqui não é o COI, mas o governo
chinês", afirmou o presidente
do comitê, Jacques Rogge.
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