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FUTEBOL
Nas eliminatórias, seleção troca menos passes e diminui posse de bola, pilares de um bom time segundo Parreira
Time renega equilíbrio pedido por técnico
DA REPORTAGEM LOCAL
DO ENVIADO A TERESÓPOLIS
A lição básica da cartilha do futebol, segundo Carlos Alberto
Parreira, não foi aprendida pela
seleção brasileira nos jogos das
eliminatórias para a Copa-2006.
No qualificatório sul-americano, segundo o Datafolha, tocar e
manter a posse de bola viraram
um problema para a equipe.
Diante de seus vizinhos na luta
por uma vaga no Mundial da Alemanha, o Brasil troca, em média,
375 passes por confronto.
Essa marca fica muito longe do
que fazia o time do tetracampeonato, também comandado por
Parreira. Nos sete jogos da campanha nos EUA, a seleção tinha
média de 567 passes por partida,
ou 50% a mais do que faz a equipe
atual no qualificatório sul-americano. O time de hoje também perde feio para o desempenho que
mostrou nesse fundamento nos
amistosos (455 passes por jogo).
Com mais dificuldade para ca
denciar o jogo, o Brasil das eliminatórias registra em média 28 minutos de posse de bola por partida, ou seja, sete a menos do que
em 94, no time que Parreira define como exemplo de equilíbrio.
Uma das conseqüências negativas é o bombardeio que muitos
dos rivais impuseram à meta brasileira -o time de Parreira foi vazado em cinco dos sete jogos que
disputou no torneio.
Nas duas vezes que manteve seu
gol intacto, diante de Equador e
Paraguai, a seleção trocou mais
passes -média de 442.
Hoje, contra a Bolívia, o treinador espera que seu time abra logo
o placar para evitar desespero e
mais erros nas trocas de bola.
Ele também não crê que a torcida paulistana, conhecida por sua
impaciência com a seleção, se volte contra o time. ""Espero que a
torcida sempre apóie a seleção.
Não posso pensar em hostilidade", disse Parreira, que adotou
um discurso para valorizar o rival,
o lanterna da competição e que
nos últimos dois jogos contra o
Brasil fora de casa pelas eliminatórias sofreu 11 gols.
""A Bolívia perdeu os últimos jogos, mas sempre complicou. Temos que esquecer que eles são os
últimos e pensar nos três pontos."
Como é marca do time nos últimos tempos, o Brasil já reclama
da possibilidade de enfrentar um
rival retrancado no Morumbi.
""Esta história de retrancado não
é de hoje. Todos jogam assim
contra o Brasil. Temos que tomar
cuidado com a maneira de atacar", afirmou Ronaldo. Ele, assim
como os outros jogadores de ataque, recebeu a orientação de pressionar a saída de bola dos bolivianos, que ainda não somaram
pontos nos quatro jogos que fizeram como visitantes.
Outra cantilena repetida pelo
técnico é o de que "o mais importante nas eliminatórias é a classificação para a Copa da Alemanha, e
não o primeiro lugar".
""Para a seleção, sempre é importante chegar na primeira colocação. Mesmo assim, isso não
quer dizer muita coisa. O exemplo
foi a última Copa. A Argentina
terminou em primeiro e caiu fora
na primeira fase do Mundial",
disse o técnico, que soma apenas
três derrotas nos quase dois anos
que já dura sua terceira passagem
pelo comando da seleção brasileira.(PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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