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IMPRESSÃO DIGITAL
Apaixonado por nova onda da fotografia, treinador leva câmeras nas viagens da seleção
Parreira troca pincéis por Photoshop
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Nem às vésperas de um jogo
pelas eliminatórias Carlos Alberto Parreira esquece de sua
mais nova paixão. Em Teresópolis, o treinador da seleção brasileira desfilou com uma supermoderna câmera Nikon. Paisagens de Teresópolis, na serra fluminense, foram clicadas pelas
lentes do técnico, que adotou a
fotografia digital como hobby.
Quando não está envolvido
com o futebol, Parreira tem
aproveitado boa parte do seu
tempo para registar paisagens e
gente, como gosta de dizer.
A atração do treinador pela fotografia digital é tão grande que
ele fez até um curso para usar o
Photoshop, programa que possibilita editar e retocar imagens.
""Já adorava fotografia. Agora,
com as câmeras digitais, fiquei
ainda mais fascinado", afirmou
o treinador, que cedeu à Folha
uma série de fotografias tiradas
recentemente.
Algumas foram registradas na
Eurocopa, entre junho e julho,
torneio que o técnico acompanhou como observador. Ele ficou fascinado especialmente
com a cerimônia de abertura, da
qual tirou dezenas de fotos.
Outras foram tiradas em passeios náuticos pela baía de Angra dos Reis, litoral do Rio.
Neste caso, o principal objeto
de interesse -barcos ancorados
e paisagens marítimas- estão
diretamente relacionados com
outro passatempo que Parreira
adora: a pintura. O mar e seus
entornos são a maior inspiração
das telas de Parreira.
""O que me atrai na fotografia
digital é o imediatismo. Você
pode refazer, trabalhar a imagem com o photoshop. Muito legal", afirmou o treinador, que já
investiu mais de R$ 20 mil em
equipamentos (câmeras, programas e laptop).
Parreira começou a flertar
com a fotografia por causa do futebol. Nos anos 60, quando morava na Alemanha, decidiu fotografar alguns amistosos da seleção local para fazer um trabalho
sobre esquemas táticos.
""Foi um sucesso. Os alemães
adoraram. Desde então, não parei mais. Depois, as minhas filhas nasceram e continuei", disse o treinador, que tem centenas
de fotografias da época em que
trabalhou nos anos 70 pelo futebol do Oriente Médio.
Na época, o técnico tinha uma
Leica, câmera alemã cultuada
por sua excelente qualidade técnica, utilizada por fotógrafos como o francês Henri Cartier-Bresson, morto neste ano.
""Aquela também era o meu
xodó. Foi deixada de lado por
causa dessas máquinas digitais",
explicou Parreira, que deu um
tempo na pintura para se dedicar à fotografia digital. No ano
passado, o treinador chegou a
fazer uma exposição individual
na galeria Britto Central, em São
Paulo. Expôs 12 telas.
Na pintura, Parreira é fã de Romero Britto. Na fotografia, o técnico também tem os seus preferidos. ""Gosto do Sebastião Salgado, que fotografa gente muito
bem, e do J.R. Duran [especializado em nus artísticos]. Além de
a matéria-prima dele ajudar, ele
é muito bom", brincou o treinador, que costuma levar uma máquina nas viagens da seleção
desde o início do ano.
Não será diferente hoje à noite,
quando a equipe embarca para a
Alemanha, onde na quarta-feira
faz em Berlim amistoso com os
vice-campeões mundiais.
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