|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolhas protegem e aquecem piscinas
DA REDAÇÃO
A idéia era fazer algo relacionado à água. Nem tanto pelo fato de
a instalação abrigar piscinas. O líquido é uma raridade em Pequim,
e o prédio precisava contar isso. A
saída de um escritório de arquitetura de Sydney foi ir à internet e
buscar a forma primária d'água,
descer, se fosse preciso, às moléculas. Toparam com Kelvin.
Lord Kelvin, um físico da era vitoriana, propôs e resolveu um
problema: qual seria o jeito mais
eficiente de dividir um espaço em
células de igual tamanho e com o
mínimo de área nas superfícies
comuns? Em 1887, ele chegou à
conclusão de que um poliedro de
14 lados, formado por 8 hexágonos regulares e 6 quadrados, daria
conta do recado. Seu modelo
eram as bolhas de uma espuma.
Em 1993, dois professores irlandeses, Denis Weaire e Robert Phelan, usaram um programa de
computador para conseguir uma
solução 0,3% melhor. É difícil
imaginar esse desenho? Bem, ele
existirá repetidamente nas paredes do Centro Nacional de Natação, uma das jóias de Pequim.
O "água ao cubo" ou [H2O]3, como vem sendo chamado, vai custar US$ 100 milhões e ficará pronto em 2007. Terá 70 mil m2, um
parque Anhembi "transparente".
Feitas de uma espécie de teflon,
as bolhas formam o elemento estrutural do prédio, sem a necessidade de pilares ou apoios. Lá dentro, cinco piscinas, uma com ondas, e arquibancadas para 17 mil
pessoas. Essa "parede" de bolhas,
além de deixar passar a luz, retém
cerca de 90% do calor do sol, que
será usado para aquecer as piscinas. Segundo o escritório PTW,
responsável também pelo parque
aquático de Sydney-2000 e pelo
plano de Atenas-2004, a água das
piscinas também será reciclada
-junto com a da chuva, que será
captada por um fosso que delimita o complexo. Os chineses dizem
que só o prédio valerá a viagem.
A poucos metros desse prédio
d'água estará o fogo do Estádio
Nacional, chamado de "ninho de
pássaro". Um emaranhado de vigas retorcidas, protegendo um estádio para 80 mil pessoas. Outro
complexo projeto, que consumiria 136 mil toneladas de aço, quatro vezes mais que um prédio
convencional, e perdeu um teto
retrátil para diminuir custos. Custará US$ 360 milhões.(JHM)
Texto Anterior: Olimpíada: Arquitetura move revolução em Pequim Próximo Texto: Memória: Desenho mudou organização em Amsterdã-1928 Índice
|