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FUTEBOL
Maior finalizador da partida de ontem, atacante segue criticado por técnico e diz que não está pronto para ser titular
William faz dois, mas não satisfaz Leão
DA REPORTAGEM LOCAL
Criticado publicamente por
Emerson Leão há menos de um
mês por suas atuações no Santos,
William deu uma importante vitória ao time ontem. Seria o suficiente para fazer qualquer treinador mudar seu ponto de vista e
elogiar o atacante. Não Leão.
"Ele marcou dois gols e perdeu
três. Fez a obrigação dele. Mais do
que isso ele não sabe fazer", disse
o técnico após o jogo.
Ao saber da reação do chefe, o
atacante mostrou resignação.
"Tenho muito o que melhorar
ainda." Questionado se considera-se pronto para ser titular, seguiu humilde: "Acho que ainda
falta muita coisa".
A raiva de William foi direcionada para o São Paulo, no qual jogou nas categorias de base entre
1999 e 2000. "Não valorizaram
meu trabalho aqui. Estava irritado quando fiz o gol e foi um cala-boca para a torcida e para o clube", afirmou o paranaense de 20
anos, que teve a missão de substituir Ricardo Oliveira e ontem tornou-se artilheiro do time no Nacional, com oito gols -ao lado de
Renato e do negociado Oliveira.
No mês passado, mesmo após
marcar cinco gols em dois jogos,
William foi considerado "devedor" por Leão, que criticou o apelido de "Príncipe" dado por torcedores ao atacante. "O príncipe pode virar sapo. O William continua
devendo. Estamos emprestando a
camisa 9 a ele para que ele possa
pagar esta dívida, que está diminuindo", disse então o técnico.
William, que deixou o Morumbi com um saco de gelo na boca
(disse ter levado uma cotovelada
de Fabiano, além de beliscões de
Lugano), mostrou que Leão exagerou: o atacante foi o maior finalizador do jogo, com oito conclusões, quatro delas certas. Isso
mesmo sem tocar tanto na bola: à
exceção dos zagueiros, foi o menos acionado do Santos, com 13
bolas recebidas. Foi também
quem mais fez faltas na partida,
ao lado de Júlio Santos: seis.
A performance de William foi
facilitada por Diego. Um ano após
o jogo em que irritou a torcida rival por comemorar um gol sobre
o escudo são-paulino, o meia teve
participação direta nos gols santistas. Também fez belas jogadas,
como a tabela com Elano aos
9min da etapa final, foi o maior
driblador (cinco fintas), o segundo maior finalizador e quem mais
deu assistências no Santos.
Além da boa atuação de Diego e
William, a insistência do técnico
do São Paulo, Rojas, na escalação
de dois jogadores machucados
também contribuiu para o resultado. Principalmente pelo lateral
Fabiano. Com uma entorse no
tornozelo, teve uma atuação sofrível: foi quem mais errou passes no
São Paulo (nove), não finalizou
nenhuma vez e acertou apenas
um de seis cruzamentos.
Luis Fabiano, escalado com dores na coxa, esteve igualmente
apagado, apesar do gol. Finalizou
só três vezes, duas erradas, e foi,
ao lado de Diego, quem mais perdeu bolas no time (seis cada um).
A queda de rendimento dos
"baleados", aliada à expulsão de
Carlos Alberto no final do primeiro tempo, fez com que o Santos
crescesse na etapa final, apesar de
não ter marcado: 13 finalizações,
contra apenas três dos são-paulinos; seis escanteios para os vencedores e dois para os derrotados.
O Santos já vencera o São Paulo
no primeiro turno, por 3 a 2. Agora, com a sobrevida dos times em
jogo, o Morumbi teve ontem o recorde de público em jogos do Brasileiro-03 em SP: 35.790 pagantes.
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