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BASQUETE
Técnica comanda novato na divisão principal
Maria Helena rompe barreiras ao assumir equipe da liga espanhola
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando a ala Elena Tornikidou,
38, eleita a melhor jogadora da última liga espanhola, aceitou trocar o Zaragoza pelo pequeno PC
Mendibil fez uma exigência: queria trabalhar com um técnico de
confiança. O pedido foi aceito pelo clube de Hondarribia, cidade a
19 km de San Sebastian, no País
Basco, e o time contratou a brasileira Maria Helena Cardoso, 63.
Com a carreira estagnada no
Vasco, que nem jogou o Nacional-02, ela aceitou a proposta e se
tornou a primeira treinadora de
renome do país a dirigir um time
no exterior. "Tinha uma proposta
mais alta do Ourinhos, mas isso
não acrescentaria muito na minha carreira. Sentia falta de um
novo desafio. Por isso, resolvi vir
para a Espanha", diz a treinadora,
que dirige uma equipe recém-promovida à divisão principal.
Maria Helena é a quarta técnica
estrangeira -a primeira não-européia- a dirigir um clube na liga espanhola, uma das mais disputadas do velho continente.
Apenas o bósnio Miki Vukovic
(Dorna Godella, de Valência), o
sérvio Ranko Zeravica (Zaragoza)
e o russo Alexander Gomelski
(Costa Naranja, de Valência) haviam furado o cerco na liga local.
"Para trabalhar aqui, é necessário fazer um curso de treinador.
Fui aprovada pela liga por causa
do meu currículo. Mas a Heleninha [assistente técnica] não pode
sentar no banco nos jogos", conta.
Além de Elena, que trabalhou
com a técnica no BCN/Osasco,
Maria Helena também dirige outra antiga conhecida, a pivô americana Muriel Page, que atuou
com ela no Paraná, em 2000.
"Temos cinco boas jogadoras,
mas nosso banco de reservas é
fraco. Ainda não enfrentamos as
principais equipes. Por isso, não
tenho parâmetro para saber de
nossas reais possibilidades", analisa ela, que aponta Valencia e
Barcelona como favoritos ao título da liga, que começa no sábado.
"Vamos tentar chegar aos mata-matas, mas há pelo menos dez times em condições de lutar por
uma vaga", completa a técnica.
Os oito melhores classificados
do primeiro turno também garantem vaga para disputar a Copa
da Rainha, segunda competição
mais importante do basquete espanhol, que será em janeiro.
"Espero que o time faça uma
boa participação. Quem sabe não
abrirei as portas para outros brasileiros?", questiona ela.
(ALF)
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