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foco
Pobre e solidário, Racing diz que não se intimida com opulência corintiana
MARTÍN FERNANDEZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Custou R$ 12 o ingresso
mais caro para o jogo mais
importante da história do
Racing Club, de Montevidéu,
time uruguaio que será o primeiro adversário do Corinthians na Libertadores. O
mais barato saiu por R$ 4.
Na noite de quinta, 12 mil
pessoas viram o triunfo por 2
a 0 sobre o colombiano Atlético Junior, que levou o clube de 90 anos à sua primeira
competição continental.
Em entrevista à Folha, o
presidente licenciado Raul
Rodriguez, arquiteto do
atual time, diz que os salários do elenco variam de R$
6.000 a R$ 8.000. "Alguns
um pouco mais, alguns um
pouco menos, mas por aí."
A comparação com Ronaldo (mais de R$ 1 milhão por
mês) é descabida, mas não
há um jogador dos 32 que integram o plantel corintiano
que ganhe tão pouco. A média ronda os R$ 100 mil.
"Claro que, numa competição longa, quem tem mais
poder econômico acaba tendo mais chances", pondera
Rodriguez. "Mas isto não é
um campeonato de contas-
-correntes. Se fosse assim,
não precisaríamos jogar. Futebol é democrático."
O Racing doou a renda do
jogo contra o Atlético - cerca de R$ 60 mil - para as vítimas dos terremotos no
Haiti. "Claro que nos faz falta", diz Rodriguez. "Mas eu
não seria um bom cristão se
doasse apenas o que não me
faz falta, certo? O importante é fazer um esforço."
O Racing aposta no fato de
ser "pequeno e simpático"
para encher seus jogos na Libertadores. "Somos o segundo time de todo mundo", diz
o cartola uruguaio. Os preços dos ingressos devem
permanecer os mesmos.
Enquanto isso, o bilhete
mais barato para a estreia do
Racing na Libertadores (dia
24, no Pacaembu) custaria
R$ 50, se ainda houvesse algum para vender. Restam só
os de R$ 200 para cima.
As rendas corintianas superarão R$ 2 milhões. Mas
futebol não é um campeonato de contas-correntes.
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