São Paulo, sábado, 06 de fevereiro de 2010

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Pobre e solidário, Racing diz que não se intimida com opulência corintiana

MARTÍN FERNANDEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Custou R$ 12 o ingresso mais caro para o jogo mais importante da história do Racing Club, de Montevidéu, time uruguaio que será o primeiro adversário do Corinthians na Libertadores. O mais barato saiu por R$ 4.
Na noite de quinta, 12 mil pessoas viram o triunfo por 2 a 0 sobre o colombiano Atlético Junior, que levou o clube de 90 anos à sua primeira competição continental.
Em entrevista à Folha, o presidente licenciado Raul Rodriguez, arquiteto do atual time, diz que os salários do elenco variam de R$ 6.000 a R$ 8.000. "Alguns um pouco mais, alguns um pouco menos, mas por aí."
A comparação com Ronaldo (mais de R$ 1 milhão por mês) é descabida, mas não há um jogador dos 32 que integram o plantel corintiano que ganhe tão pouco. A média ronda os R$ 100 mil.
"Claro que, numa competição longa, quem tem mais poder econômico acaba tendo mais chances", pondera Rodriguez. "Mas isto não é um campeonato de contas- -correntes. Se fosse assim, não precisaríamos jogar. Futebol é democrático."
O Racing doou a renda do jogo contra o Atlético - cerca de R$ 60 mil - para as vítimas dos terremotos no Haiti. "Claro que nos faz falta", diz Rodriguez. "Mas eu não seria um bom cristão se doasse apenas o que não me faz falta, certo? O importante é fazer um esforço."
O Racing aposta no fato de ser "pequeno e simpático" para encher seus jogos na Libertadores. "Somos o segundo time de todo mundo", diz o cartola uruguaio. Os preços dos ingressos devem permanecer os mesmos.
Enquanto isso, o bilhete mais barato para a estreia do Racing na Libertadores (dia 24, no Pacaembu) custaria R$ 50, se ainda houvesse algum para vender. Restam só os de R$ 200 para cima.
As rendas corintianas superarão R$ 2 milhões. Mas futebol não é um campeonato de contas-correntes.


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