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Único piloto a subir ao pódio nos dois GPs do ano, finlandês diz estar surpreso com liderança do Mundial
Líder, Kimi-Matias não quer ser popular
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2000, ele não imaginava
chegar à F-1. Em 2001, com apenas 19 corridas de monopostos no
currículo, correu em Interlagos
pela Sauber, sob desconfiança dos
comissários da FIA e portando
uma licença provisória. Em 2002,
ainda se adaptando à McLaren,
não conseguiu terminar o GP.
E a trajetória meteórica continua. Único piloto a subir ao pódio
nas duas corridas deste ano, Kimi-Matias Raikkonen, 23, vencedor do GP da Malásia, há duas semanas, corre hoje em São Paulo
-larga na quarta posição do
grid-como o atual líder da temporada. Cenário que surpreende
pela precocidade, ele admite.
Em entrevista à Folha, o piloto
da McLaren justificou o apelido
que recebeu do chefe, Ron Dennis. Até ensaiou alguns sorrisos.
Mas, entre uma resposta e outra,
disse não ter religião, não ter um
ídolo no automobilismo, não ter
um único amigo na categoria.
O apelido dele é "Iceman". Kimi
Raikkonen é o homem de gelo da
F-1.
(FÁBIO SEIXAS)
Folha - O que mudou na sua vida
nas duas últimas semanas?
Kimi Raikkonen - Não mudou
nada. Liderar o campeonato é legal, mas ainda estamos apenas na
segunda corrida do ano.
Folha - A condição de líder veio
mais cedo do que você esperava ?
Raikkonen - Nossa meta sempre
é chegar ao topo, marcar o máximo possível de pontos. Até agora,
chegamos perto disso. Na Austrália o David [Coulthard" venceu e
eu fui terceiro. Na Malásia, ganhei. Mas reconheço que este início é melhor do que esperava.
Folha - Chegar à F-1 após 17 GPs
de F-Renault foi uma surpresa?
Raikkonen - Foi, claro que foi.
Ainda não havia terminado minha primeira temporada completa na F-Renault quando fechei
com a Sauber. Todo dia agradeço
ao meu empresário [risos".
Folha - Você é considerado um piloto muito frio. A tensão de uma
corrida não mexe com você?
Raikkonen - Não. Apesar de todo o trabalho, de todas as reuniões antes de uma corrida, não
deixo isso me influenciar. Algumas vezes até tiro uma soneca. Só
preciso me controlar para acordar
antes da largada [risos".
Folha - Nestes dois anos de F-1
você fez amigos entre os pilotos?
Raikkonen - Não. Meus amigos
não estão aqui, estão na Finlândia.
Folha - Aparentemente você não
gosta muito de entrevistas, de participar de eventos promocionais...
Raikkonen - Faz parte do trabalho... Mas não tenho interesse nenhum em ser mais popular.
Folha - Você compara seu estilo
com o de algum outro piloto?
Raikkonen - Eu não me comparo com ninguém. É difícil fazer esse tipo de comparação. Acho que
talvez quem esteja de fora tenha
melhores condições de dizer isso.
Folha - Qual é seu maior ídolo no
automobilismo?
Raikkonen - Nunca tive ídolos. É
claro que sempre acompanhei
mais os pilotos finlandeses, mas
eles nunca foram meus ídolos.
Folha - Você nunca sai do sério?
Nunca explode?
Raikkonen - É claro que sim. Todo mundo fica nervoso às vezes.
Folha - No que você acha que ainda precisa melhorar?
Raikkonen - Nos treinos oficiais.
Eu tive azar algumas vezes, mas
sei que vou melhorar quando
conseguir acertar algumas coisas.
Folha - Você já falou com o Schumacher fora de um autódromo?
Raikkonen - Não, nunca conversamos. Não posso dizer que conheço o Schumacher. Achei legal
ele ter me elogiado após minha vitória na Malásia, mas isso não
muda nada. Não mesmo.
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