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FUTEBOL
São-paulino Oliveira e cruzeirense Luxemburgo são invejados, mas têm histórico de transferências traumáticas
Técnicos apimentam duelo no Morumbi
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos bancos de São Paulo e Cruzeiro, que se enfrentam hoje, às
18h, no Morumbi, estarão técnicos invejados, desejados, vitoriosos, mas que costumam deixar
seus clubes de forma rompante.
O são-paulino Oswaldo de Oliveira e o cruzeirense Wanderley
Luxemburgo, que já formaram
uma dupla (de auxiliar e técnico),
hoje demonstram uma certa animosidade e competem pela preferência dos principais dirigentes
de futebol do país.
O divisor de águas foi o Corinthians. Depois que deixou o clube
para se dedicar unicamente à seleção em 1999, Luxemburgo viu seu
então pupilo, Oliveira, ganhar
com o time mais do que ele próprio havia conseguido.
A carreira do atual técnico são-paulino decolou. O que não significa boas despedidas. Oliveira foi
demitido do Corinthians, depois
de perder a semifinal da Libertadores-00 para o Palmeiras, do
Vasco, depois de um desentendimento com os dirigentes do clube, e do Fluminense, por causa da
desclassificação precoce no Rio-SP do ano passado.
"Nunca pedi demissão. Só uma
vez, no Catar, onde eu era preparador físico da seleção. Tive oportunidade de sair por cima em todos os clubes, mas não é o meu
jeito. Poderia ter ido trabalhar em
qualquer lugar depois da conquista do Mundial de Clubes pelo
Corinthians, mas fiquei. Agora é a
mesma coisa. Goleamos o Gama,
fui vaiado, mas nem pensei nisso", disse o são-paulino, cujo cargo é publicamente cobiçado pelo
seu rival de hoje.
O cruzeirense Luxemburgo
também coleciona títulos. Coleciona ainda desentendimentos.
Foi assim no Santos, o qual deixou em 1997 para se transferir para o Corinthians, na seleção, que
deixou demitido após fracasso na
Olimpíada de Sydney, no Corinthians, cuja diretoria o despachou
por telefone, e no Palmeiras, o
qual trocou pelo Cruzeiro no ano
passado depois de promover uma
grande reformulação de elenco.
O Cruzeiro, que contratou Luxemburgo no início do Brasileiro-2002, queria contar com Oliveira,
que declinou do convite. O técnico são-paulino também rejeitou a
seleção brasileira, sonho de consumo do cruzeirense, em 2001,
antes de Luiz Felipe Scolari ter sido convidado pela CBF para assumir o time nacional.
A atual pretensão de Luxemburgo é o cargo do rival. Há cerca
de 20 dias, depois de conquistar o
título mineiro e antes das finais do
Paulista, o técnico declarou a sua
vontade de um dia se transferir
para o Morumbi.
Na ocasião, a intenção de Luxemburgo foi tratada com ironia
pelo são-paulino, que resolveu falar de sua vontade de dirigir o Flamengo, seu time de coração, que
também já demitiu o cruzeirense.
Mas a perda do título estadual
para o Corinthians pesou negativamente contra Oliveira, que admitiu se sentir mais vulnerável.
Ainda assim, ele não quis polemizar o encontro de hoje no Morumbi. Disse que não se importa
com os anseios profissionais de
Luxemburgo e que não se sente
obrigado a mostrar que é melhor
do que adversário. "As estrelas estarão em campo", concluiu.
NA TV - Sportv (somente para
RJ), ao vivo, às 18h
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