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Em 2000, seleção saiu de 3 a 1 nos argentinos para sofrer em Santiago sua pior derrota nas eliminatórias
No Chile, seleção desafia déjà vu
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO
Euforia por uma vitória sobre o
maior rival, boa posição na classificação das eliminatórias sul-americanas, a idéia de um time
embalado e o Chile pela frente.
Há quatro anos, a seleção brasileira vivia a mesma situação que
tem hoje, quando enfrenta, às
22h30, novamente os chilenos.
E o que parecia a chegada ao paraíso se transformou na entrada
para o inferno depois da derrota
por 3 a 0 que iniciou uma crise
que sacrificou dois técnicos e fez o
país penar para ganhar vaga na
Copa do Mundo de 2002.
No time atual, ninguém pensa
que a história se repetirá. Depois
da vitória de 3 a 1 sobre a Argentina, mesmo placar do clássico que
antecedeu o jogo contra o Chile
em 2000, Carlos Alberto Parreira
tentou cortar a euforia gerada pelo triunfo e pela liderança.
"Foi ótimo ter vindo para cá cedo, para sair daquele clima de euforia. Aqui estamos sossegados",
disse o treinador, que deixou Belo
Horizonte rumo a Santiago na
quinta-feira, menos de 24 horas
depois do jogo contra os argentinos. Jogo que, segundo Parreira,
já "pertence ao passado".
O treinador quer uma nova vitória para manter a boa fase.
"Agora engrenamos e não podemos perder esse embalo."
Contra os mesmos adversários
que confrontou até agora, a seleção tinha 11 pontos depois de seis
rodadas nas eliminatórias passada. Agora tem 12. Como há quatro
anos, enfrentará o Chile numa
noite fria de Santiago, a mais gelada capital sul-americana.
A derrota de 2000 foi a de placar
mais dilatado das sete partidas
que o Brasil já perdeu por eliminatórias para Mundiais.
Parreira não terá hoje três de
seus titulares -o zagueiro Lúcio
e o meia-atacante Ronaldinho estão machucados, e o meia Zé Roberto cumpre suspensão.
Uma derrota pode ter efeitos
nefastos para o Brasil. Líder das
eliminatórias até o início da rodada, o time pode terminar a sétima
jornada em um modesto quarto
lugar na tabela -os quatro primeiros vão ao Mundial da Alemanha, e o quinto tentará a repescagem contra um time da Oceania.
"A atenção e a motivação devem ser dobradas. Na teoria, esse
jogo é fácil, mas sabemos que precisamos jogar muito para manter
o ritmo", diz Cafu sobre o jogo em
Santiago, onde, além da derrota
de 2000, o Brasil tem outro trauma -um empate de 1 a 1 para o
classificatório da Copa-90, quando Romário foi expulso.
O Chile entra em campo embalado por duas vitórias consecutivas nas eliminatórias. Se vencer,
irá ultrapassar o Brasil e pode até
ser o novo líder no torneio.
Depois de hoje o qualificatório
pára. A competição só terá jogos
em setembro, quando o time nacional recebe, em São Paulo, a Bolívia. Em 2004, ainda enfrenta Venezuela, Colômbia e Equador. As
eliminatórias sul-americanas só
acabam no final de 2005.
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