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Sem apoio, Série C dá a largada com desfalque
Nenhum dos 63 clubes tem ajuda da CBF, e RO fica fora
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A CBF tirou o time de campo,
e a Série C do Brasileiro, que começa hoje com 31 partidas, será
um desafio econômico nunca
visto antes no atual formato.
Ao contrário do que fazia até
o ano passado, quando bancava
passagens e estadia de 31 participantes (um clube de cada unidade da federação e mais os
quatro rebaixados da Série B), a
CBF agora não vai investir um
centavo na competição, que a
partir de 2009, com a criação
da Série D, terá só 20 clubes.
Sem o dinheiro da confederação, Rondônia não teve nenhum clube interessado em
disputar a terceira divisão, que
deixa de ser um torneio com
clubes de todos os Estados.
Quem não desistiu, especialmente na região Norte, terá que
arcar sozinho com gastos em
uma competição que não tem
dinheiro de televisão ou de
grandes e médios anunciantes.
A maioria dos clubes nortistas terá obrigatoriamente que
fazer deslocamentos aéreos para jogar, fazendo com que o
custo de cada viagem supere os
R$ 20 mil, o que é muito dinheiro para uma competição
em que a renda média por jogo
no ano passado, na primeira fase, ficou em cerca de R$ 10 mil.
E o campeonato novamente
será longo. Para atingir o título,
a maioria esmagadora dos clubes terá que fazer 32 partidas.
Essa fórmula inchada, com
uma fase final que tem oito clubes jogando em turno e returno, foi criada para evitar que
grandes que já jogaram a terceira divisão, como o Bahia, fossem eliminados em mata-matas, como acontecia antes.
Mesmo os mandantes terão
dificuldades para honrar as
despesas de arbitragem e antidoping (quando este houver).
Mais uma vez a CBF não vai
ajudar os clubes nesses gastos,
que custam cerca de R$ 7.000.
No ano passado, 36 clubes não
conseguiram atingir esse valor
em suas arrecadações médias.
Recentemente, a Série C teve
histórias dramáticas de clubes
que não tinham a ajuda da CBF.
A Tuna Luso, do Pará, por
exemplo, fez viagens de mais de
dois dias de ônibus para jogar.
A edição que começa hoje será a mais importante de todas.
Isso porque, além das quatro
vagas oferecidas para a Série B
em 2009, serão definidos 16
participantes para a própria Série C do próximo ano, pois os
critérios de classificação por
Estado não vão existir mais.
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