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Seleção atrapalha, diz Palmeiras
Dirigente afirma que possibilidade de Luxemburgo assumir cargo de Dunga mexe com os jogadores
"Se [a CBF] tivesse planejado antes o melhor treinador
a médio e longo prazo,
isso não estaria ocorrendo agora", diz Genaro Marino
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
De uma derrota costuma-se
extrair várias análises. Da sofrida pelo Palmeiras para o Sport,
anteontem, no Parque Antarctica, são duas: o time ainda não
fala a mesma língua do treinador, e a seleção brasileira tem
interferido nessa sintonia.
Segundo o diretor de futebol
Genaro Marino, a incerteza sobre a permanência de Dunga no
cargo e as conseqüentes menções a Vanderlei Luxemburgo
como seu sucessor acabam mexendo com a cabeça do elenco.
"Se o jogador está vendo que
o comandante pode ir para outro lugar, mentalmente ele não
tem a mesma ligação, não está
na mesma sintonia. Tudo o que
pode afetar essa sintonia entre
técnico e equipe não é bom",
declarou o dirigente.
Marino afirmou que a sensação de incerteza não parte de
Luxemburgo, com quem o Palmeiras conta, no mínimo, até o
término do Brasileiro -o contrato dele com o clube vai até o
final do ano que vem.
"A dinâmica do futebol não
nos permite falar em 100% [de
certeza que o treinador fique
até o final do Nacional], mas o
que nós já planejamos é que, se
houver algo com a seleção, é para o final de dezembro, após o
campeonato", disse o diretor.
A culpada por criar essa instabilidade no Palmeiras, de
acordo com Marino, é a CBF.
"A CBF deveria se organizar
de forma diferente. Se tivesse
planejado antes qual o melhor
treinador a médio e longo prazo, isso não estaria ocorrendo
agora", opinou o cartola.
O dirigente disse acreditar
que tropeços como o de anteontem, quando o Sport fez 3 a
0 com facilidade na casa palmeirense, são reflexo de um time que ainda não assimilou totalmente o estilo de Luxemburgo. "Isso ainda está em transformação. Percebo que esse
grupo não conseguiu assimilar
toda a filosofia do Vanderlei."
Questionado sobre o que seria essa filosofia em termos
práticos, Marino citou, principalmente, a parte psicológica.
"Todo o grupo tem de estar
focado no mesmo propósito,
estar seguro e confiante. Se tem
jogador que não está firme naquele dia, pode acontecer como
ontem [anteontem]", disse.
As constantes variações na
escalação do time, seja por contusões ou suspensões, contribuem para agravar o problema.
Na derrota ante o Sport, Sandro Silva e Martinez não jogaram por suspensão. Para o próximo duelo, contra o Cruzeiro,
no Mineirão, a dupla de ataque
titular formada por Kléber e
Alex Mineiro não estará à disposição de Luxemburgo pela
mesma razão. "Aí quem entra
quer resolver tudo. Esse equilíbrio é uma coisa que se adquire.
E o grupo é recente, são poucos
os que foram mantidos do ano
passado", afirmou Marino.
Do atual time titular, apenas
o lateral-esquerdo Leandro e o
zagueiro Gustavo compunham
a equipe de Caio Júnior, antecessor de Luxemburgo.
Apesar de classificar o primeiro revés de 2008 no Parque
Antarctica como um "acidente
de percurso", o diretor admite
que o tempo para corrigir essas
falhas está cada vez mais curto.
"Não podemos dar tanto espaço para o Grêmio."
O líder do campeonato pode
ampliar para oito pontos a diferença em relação ao Palmeiras
caso vença o Fluminense hoje.
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