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Ferrari mantém "pirulito eletrônico" na Bélgica
Aparelho que controla tempo de parada nos boxes não é inutilizado após provocar problemas nos pit stops de Massa e Raikkonen
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SPA-FRANCORCHAMPS
Usado pela Ferrari desde o
GP da China, em outubro do
ano passado, um equipamento
vermelho, um pouco maior que
uma embalagem de pizza, mas
que mais se assemelha a uma
arma de filme de ficção científica, acabou virando assunto
obrigatório no paddock da F-1.
Versão eletrônica do mecânico que segura o "pirulito" nos
pit stops, ele foi desenvolvido
para minimizar os erros nas paradas e diminuir ao máximo o
tempo perdido nos boxes.
Não tivesse sido "responsável" por dois momentos importantes no último GP, em Valencia, há duas semanas, poderia
passar despercebido para muita gente por mais tempo.
Mas em Spa-Francorchamps, onde hoje, a partir das
9h (no horário de Brasília),
ocorre o treino de classificação
para o GP da Bélgica, a 13ª de 18
etapas do Mundial, a Ferrari
apressou-se em sair em defesa
de seu "pirulito eletrônico".
"Não pretendemos mudar
nosso sistema", afirmou ontem
Stefano Domenicali, chefe da
equipe, sobre os incidentes que
causaram controvérsia sobre a
eficácia do sistema.
Primeiro, Felipe Massa recebeu sinal verde para sair dos
boxes ao mesmo tempo em que
Adrian Sutil, da Force India,
passava ao seu lado pelo pit lane -os dois quase colidiram.
Depois, na parada de Kimi
Raikkonen, o campeão do
mundo saiu com a luz do aparelho ainda vermelha e arrastou o
mecânico que fazia o reabastecimento de seu carro -ele foi
levado para o hospital, mas
quebrou apenas um dedo do pé.
"Respeitamos a decisão da
FIA [a entidade multou Massa
por ter saído sem segurança],
mas não o liberamos em um
momento errado. Havia muito
espaço", explicou Domenicali.
"Quanto ao Kimi, infelizmente
essas coisas acontecem."
Apesar da multa e do susto
em Valencia, Massa fez coro
com o chefe. "Estamos satisfeitos com o sistema", disse. "Já
vimos coisas ruins acontecerem com ou sem o esquema das
luzes, então não faz diferença
se o que usamos são luzes ou
um cara que segura o "pirulito".
Não vamos mudar nada só pelo
que ocorreu na última corrida."
O sistema de luzes, que se baseia no mesmo princípio de um
semáforo de trânsito, é acionado em parte eletronicamente e
em parte por um responsável
que fica sentado no pit wall (a
"tenda" em que engenheiros e
chefes das equipes acompanham os GPs, localizada na mureta entre os boxes e a reta).
"Quando o piloto chega para
o pit, a luz está vermelha. Depois, outra luz começa a piscar,
para que ele se prepare para
sair. Aí, assim que a mangueira
de combustível é retirada, a luz
fica verde, a menos que o responsável pelo pit stop bloqueie
manualmente a mudança de
cor por ver um carro passando
ao lado", explicou Domenicali.
"Honestamente, não acho
que seja um sistema complicado. Quando a luz está vermelha,
é como se o "pirulito" estivesse
abaixado", declarou o dirigente
da escuderia italiana.
NA TV - Treino classificatório
Globo, ao vivo, às 9h
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