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Até sem jogar, Robinho ofusca artilheiro Neymar
Astro da seleção estreia hoje no Santos, mas é mais adorado que craque do time
Atacante de 26 anos começa no banco e volta a atuar sem ritmo de jogo, enquanto o colega de 18 marcou 6 gols em 6 partidas na temporada
DA REPORTAGEM LOCAL
DO ENVIADO A SANTOS
Recebido por uma Vila Belmiro lotada, Robinho tornou-se uma sombra sobre o time do
Santos. A torcida gritou constantemente seu nome na partida contra o Santo André.
Câmeras o acompanham e
locutores o mencionam sem
que tenha entrado em campo.
Sua estreia será hoje, diante do
São Paulo, em Barueri.
Artilheiro do Paulista, Neymar até é lembrado pelos torcedores, mas apenas quando protagoniza um de seus dribles
curtos ou faz gols decisivos. O
assédio das TVs ocorre apenas
após boas atuações. Ainda é o
menino dentro do elenco. Está
longe da idolatria da torcida.
"Falta muito coisa [para ser
ídolo]. Falta ganhar campeonato, ganhar títulos. Sou um coadjuvante ainda. Ídolos mesmo
aqui são Robinho e Giovanni",
explica o próprio Neymar.
Os papéis de coadjuvante e
estrela desempenhados pelos
dribladores santistas justificam-se pelos currículos, cheio
de títulos no caso de Robinho e
ainda no início no de Neymar.
Em campo, a realidade é outra. O atacante da seleção marcou um gol em toda a temporada inglesa de futebol iniciada
em agosto, com apenas 14 atuações, boa parte delas saindo do
banco de reservas.
"Não passo por um bom momento", reconheceu, em sua
chegada. Sua justificativa foi a
uma contusão no tornozelo,
que o tirou de campo por três
meses no ano passado.
Robinho não joga há 14 dias.
Hoje, ele começa no banco de
reservas, mas deve entrar no
decorrer da partida porque o
clube acertou três patrocínios
vinculados ao jogador da seleção. Visa, Lupo e Netshoes vão
estampar suas marcas na camisa santista. As duas primeiras
empresas confirmaram a presença do atacante no clássico
antes mesmo do técnico Dorival Júnior, que ontem anunciou que o jogador começa entre os reservas.
Enquanto o astro da seleção
não tem sequência de jogos há
um ano, Neymar marcou seis
gols em seis jogos no início do
Paulista -é o artilheiro do
campeonato -, dois com dribles seguidos sobre zagueiros.
Sem contusões, exibe dinamismo e velocidade invejáveis
em campo. Na partida contra o
Santo André, foi o mais acionado, com 27 bolas recebidas.
Tanto que ainda alimenta a
esperança de disputar a Copa
do Mundo em junho, apesar da
forte concorrência e de nunca
ter feito parte de lista do técnico Dunga. "Sonho a gente não
pode desistir", justifica.
Outro sonho do novato santista, que completou 18 anos
nesta semana, é atuar ao lado
de Robinho. Isso mostra a posição de cada um no elenco santista. O atacante da seleção chama o colega goleador de juvenil.
Uma realidade que também
pode reduzir a pressão sobre
Neymar. No ano passado, o atacante, que começava entre os
profissionais, começou bem a
temporada, mas se tornou irregular e virou reserva.
Para Neymar, outro benefício de ser coadjuvante poderá
ser dividir marcadores, que o
têm vigiado individualmente.
Ainda restará ao novato extrair do astro a experiência da
carreira no exterior, que também seguirá no futuro. E
aprender com os erros que fizeram Robinho voltar aos campos brasileiros.
(MARTÍN FERNANDEZ E RODRIGO MATTOS)
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