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FUTEBOL
Copa da Alemanha poderá ter bilhetes distribuídos por confederações
Depois de escândalo, Fifa quer nacionalizar ingresso
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A YOKOHAMA
Após o segundo fiasco consecutivo, o sistema de confecção e distribuição de ingressos para a Copa vai mudar mais uma vez.
O esquema centralizador adotado na Coréia/Japão dará lugar a
um exatamente oposto no Mundial da Alemanha, em 2006.
A idéia da Fifa é que cada uma
das 204 federações associadas à
entidade distribua sua cota de ingressos da forma que achar melhor. Haveria, portanto, 204 centros de distribuição de entradas e
não apenas um, como na Ásia.
Por determinação da própria
Fifa, em 2002 a confecção e a distribuição dos bilhetes ficou a cargo de uma única empresa: a
Byrom Inc., da Inglaterra.
O sistema não funcionou a contento e, ao lado do baixo nível das
arbitragens, conforme reconheceu a entidade, foi a principal falha na organização da Copa-2002.
Apesar de ter havido muita procura por ingressos, especialmente
no Japão, a maioria dos jogos não
teve lotação máxima. Mesmo na
final, cerca de 2.300 lugares em
Yokohama ficaram vazios.
De acordo com os comitês organizadores, a falha foi da Byrom. A
empresa, que é de dois irmãos
mexicanos amigos de Joseph Blatter, o presidente da Fifa, não teria
entregue as entradas a tempo a todos os compradores. ""Primeiro
eles disseram que tinham vendido
todos os ingressos colocados à
venda no exterior. Descobrimos
que não era verdade. Quando pedimos para eles mandarem os bilhetes que não foram vendidos, a
entrega atrasou", disse Shunichiro Okano, do comitê japonês.
""Mesmo com a Copa já encerrada, é possível que ainda haja ingressos a caminho", ironizou.
A Byrom e a Fifa reconhecem o
problema, mas colocam a culpa,
em parte, nos comitês organizadores, que teriam atrasado a totalização de ingressos nas sedes.
Mesmo assim, David Will, da comissão de bilheteria da Fifa, acha
que foi um erro deixar ""todos os
ovos numa única cesta".
Para 2006, a proposta da comissão é que dez empresas sejam
contratadas para confeccionar os
bilhetes, duas por continente. De
posse das entradas, a Fifa as distribuiria para as confederações de
acordo com um ranking. O país
que se classificar para a Copa terá
direito a mais entradas, especialmente para os jogos de sua seleção. Também serão levados em
conta critérios como posição do
país no ranking da Fifa, desempenho anterior e procura estimada.
Para ser adotado, o sistema terá
de ter o crivo do Comitê Organizador da Alemanha. Mas, para
Franz Beckenbauer, homem-forte do comitê, deixar os ingressos
nas mãos das federações pode trazer problemas. Lembra que tanto
na França como na Ásia bilhetes
em mãos de pelo menos 12 federações foram parar no mercado
paralelo a preços exorbitantes.
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