|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pequim fraciona cidade por patrocínios
Apoiadores oficiais ganham zona exclusiva do governo
DA REPORTAGEM LOCAL
De 11 de julho a 17 de setembro, a cidade de Pequim estará
dividida em duas zonas: A e B.
Na primeira, que compreende as ruas mais concorridas e
comerciais da sede olímpica, só
as empresas patrocinadoras
dos Jogos terão direito de exibir suas logomarcas.
Na zona B, companhias que
não são patrocinadoras do
evento poderão mostrar seus
logos. Mas espaços nessa região
só estarão disponíveis após as
apoiadoras oficiais renunciarem à preferência do direito de
ocupar os espaços publicitários
em seu proveito.
A autoridade municipal que
regulamenta o comércio na cidade de Pequim tem a incumbência de velar pelo cumprimento dessas regras, que impõem multas a empresas que
não a respeitarem.
A repartição também proibiu
qualquer tipo de publicidade
aérea nas datas em que vale a
divisão da cidade em razão dos
patrocinadores.
Assim, arcos infláveis (muito
populares na China), balões e
faixas levadas por aviões também estão vetados.
Antes mesmo do início da vigência da norma, algumas pessoas que trabalham para a organização dos Jogos Olímpicos já
vivem pessoalmente os cuidados que Pequim tem para preservar os privilégios de seus patrocinadores oficiais.
A agência Efe, por exemplo,
registra que um funcionário do
centro de imprensa foi obrigado a ocultar a marca de seu telefone celular particular porque
o aparelho não era produzido
pela sul-coreana Samsung, que
é patrocinadora oficial.
E a organização já alertou
mais de uma vez que, nas instalações olímpicas, só será autorizado o consumo de bebidas
fabricadas pela Coca-Cola, patrocinadora oficial.
A divisão da cidade em razão
do espaço publicitário não é a
única novidade recente que
ronda Pequim, antes da cerimônia de abertura dos Jogos,
marcada para 8 de agosto.
Na semana passada, começou a vigorar o veto ao tráfego
de 300 mil veículos com altas
emissões de poluentes, para
melhorar a qualidade do ar pequinês. A proibição vai até 20
de setembro, e a autoridade
municipal de trânsito implantou mais de cem pontos de checagem dos veículos no perímetro da capital chinesa.
O controle ficou mais rígido
também nos aeroportos. Além
de endurecer as normas para a
concessão de vistos no período
que antecede a Olimpíada, o governo chinês passou uma nova
norma, válida para todas as
companhias operadoras de
vôos para o país. Elas são obrigadas a providenciar para as
autoridades uma lista com dados básicos de todos os passageiros que transportarem para
o território chinês.
Com agências internacionais
Texto Anterior: José Geraldo Couto: Milagres ocultos Próximo Texto: "Família Phelps" brilha nos EUA Índice
|