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De virada, Santos dá vexame na Vila, e Cuca se demite
Com só três vitórias em 14 jogos, treinador vê time, após ter aberto 2 a 0, sofrer três gols e seguir na zona da degola
Santos 2
Atlético-MG 3
RICARDO VIEL
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS
Cuca não resistiu à terceira
derrota do Santos na Vila Belmiro, a segunda seguida. Após o
vexame diante do Atlético-MG,
depois de estar vencendo a partida por 2 a 0, o treinador anunciou sua saída. O clube não definiu o nome do substituto.
Márcio Fernandes, das categorias de base, deve dirigir interinamente o Santos no domingo, em Recife, contra o Náutico.
"Na situação em que o clube
se encontra, entendemos que é
o momento de sair. Lógico que
não é do jeito que eu queria.
Mas não faltou vontade. Faltou
sorte", disse Cuca, ao anunciar
sua demissão após a derrota.
Desde que chegou ao Santos,
ele enfrentou problemas para
fazer o time alvinegro se reerguer no Brasileiro. Com o treinador, a equipe da Vila Belmiro
passou a maior parte do tempo
na zona de rebaixamento -figura lá desde a quinta rodada.
Não foi a primeira vez que
Cuca pediu demissão. Após revés para o Figueirense (3 a 0),
em Florianópolis, ele já havia
pedido para deixar o comando
do Santos, mas não chegou a divulgar isso. Naquela oportunidade, falou só nos vestiários para os dirigentes. Porém, depois
de conversar com o presidente
Marcelo Teixeira, voltou atrás e
seguiu à frente do time.
De lá para cá, o Santos até esboçou uma reação. Chegou a
engatar duas vitórias seguidas
-uma delas, o 1 a 0 contra o Internacional no Beira-Rio, considerada uma proeza.
Mas duas derrotas seguidas
em plena Vila Belmiro, contra o
Coritiba (3 a 1) e ontem, diante
do Atlético-MG, foram o suficiente para acabar com a breve
passagem de Cuca pelo Santos.
Contra os mineiros, os santistas foram a campo confiantes de que poderiam vencer.
No papel, literalmente, a
equipe de Cuca era ofensiva.
A qualidade, ou a falta dela,
realmente fez a diferença. Logo
aos 3min, o Santos abriu o placar, após falha do goleiro atleticano Édson, que não cortou
cruzamento de Maikon Leite.
Kléber Pereira, agora artilheiro
isolado do Nacional com 11
gols, aproveitou e fez de cabeça.
O Santos seguiu pressionando e tinha facilidade para criar
jogadas. O Atlético-MG dava
espaço, tanto que, aos 29min,
Quiñonez cruzou, mas, desta
vez, foi o zagueiro Vinícius
quem marcou, contra.
Contudo as falhas defensivas
também aconteciam do lado do
time da casa. Jael desperdiçou
duas oportunidades de marcar.
Na terceira, aos 30min, porém,
ele foi lançado e tocou por baixo de Douglas: 2 a 1.
E o empate temido pelo torcedor santista veio logo aos
6min do segundo tempo. Márcio Araújo recebeu passe de
Petkovic, com liberdade, entrou na área e tocou no alto.
E, aos 30min, quando Quiñonez perdeu a bola e Rafael
Aguiar fez o 3 a 2, a torcida perdeu de vez a paciência.
O técnico Cuca, até então
poupado, foi chamado de "burro" e teve a saída pedida.
O presidente Marcelo Teixeira também foi xingado pelos
torcedores, que tentaram invadir seu camarote.
"É complicado. Temos que
ter um pouco de atitude. A torcida ajuda, e a gente não se ajuda. A gente faz 2 a 0 e deixa virar. Tem que ter mais vergonha
na cara", afirmou Kléber Pereira após o final da partida.
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