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FUTEBOL
Clubes vencem disputa por atletas e ditam regras
Tribunal nega liberação para Jogos, mas abre caminho para acordo
Equipes alemãs concordam em abrir mão de Diego e Rafinha, desde que seguro seja feito e salários, pagos; CBF concorda só em parte
DO ENVIADO A SHENYANG
No que era pequeno, a CBF
levou a melhor. Mas, no que
realmente interessa na Olimpíada, sofreu ontem um revés,
o que deve fazer a confederação abrir o cofre para manter
Rafinha e Diego nos Jogos.
A seleção feminina entrou
em campo ontem com o escudo da entidade, o que o COI
ameaçou vetar, sem sucesso.
Mas, na Suíça, a CAS (Corte
de Arbitragem do Esporte) deu
razão aos alemães Schalke 04 e
Werder Bremen e ao espanhol
Barcelona, que queriam fora
da Olimpíada, respectivamente, os brasileiros Rafinha e Diego e o argentino Messi.
Segundo a CAS, os clubes
não são obrigados a liberar os
atletas para os Jogos por eles
não fazerem parte do calendário oficial da Fifa. Mas a decisão fica dúbia quando diz que
"isso não afeta os jogadores
oficialmente convocados por
seus comitês nacionais, que seguem sendo selecionáveis para
competir em Pequim".
À Folha o secretário-geral
da CAS, Matthieu Reeb, disse
que os jogadores não são obrigados a voltar para seus clubes, mas que a CBF deve fazer
seguro contra eventuais lesões
e pagar os salários dos atletas
enquanto estão na seleção.
Mesmo após ir ao tribunal
exigindo a liberação dos atletas, Werder Bremen e Schalke
04 aceitam liberar Diego e Rafinha, desde que seja pago seguro por eventuais contusões.
Na sua sentença, a CAS ordena aos clubes e seleções que
entrem em acordo e permitam
a participação dos atletas.
A CBF disse que não havia
recebido nenhum comunicado
oficial a respeito -Rafinha e
Diego, titulares, seguiam concentrados para a partida contra a Bélgica, às 6h de hoje.
Segundo a entidade, ela não
recebeu solicitação dos clubes
em relação a seguros, mas eles
estão feitos. Quando ao pagamento de salários, que a CBF
não costuma fazer, a entidade
declarou não reconhecer o direito dos times sobre isso.
Fifa e Comitê Olímpico Internacional lamentaram a decisão. "Penso que a CAS não
levou em conta o espírito
olímpico", falou Joseph Blatter, que se disse temeroso de
que clubes que cederam atletas para jogar em Pequim sintam-se no direito de contar
com eles de volta já, inviabilizando o torneio na China.
"[Que os clubes] deixem os
atletas viver seus sonhos",
apelou Jacques Rogge, o presidente do COI.
(PAULO COBOS)
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