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Tabela é a mesma da última edição, mas Colômbia e Equador cresceram
Guinada de primeiros rivais ameaça arrancada do Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
Nas eliminatórias sul-americanas mais longas da história, a tabela é exatamente a mesma da
edição passada do torneio, confeccionada a partir dos interesses
de Brasil e Argentina, as potências
do continente. O que os brasileiros não esperavam é que os seus
adversários iniciais, que há três
anos se insinuavam fracos, evoluíssem tanto.
De março de 2000, quando a seleção de Wanderley Luxemburgo
deu o primeiro passo na campanha do qualificatório para a Copa-2002, até hoje, o time colombiano ganhou força na disputa
com Paraguai e Uruguai pela liderança do segundo escalão do futebol sul-americano.
Em 2001, jogando em casa, uma
renovada equipe colombiana levantou pela primeira vez em sua
história a taça de campeão continental. Justamente na Copa América que testemunhou um dos
maiores fracassos da história do
futebol brasileiro, a eliminação
para a fraquíssima Honduras nas
quartas-de-final, numa melancólica derrota por 2 a 0.
Hoje, diante de aproximadamente 40 mil pessoas no estádio
Metropolitano, o time verde-amarelo volta pela primeira vez a
um campo colombiano desde o
humilhante revés.
Quem também espera um rival
fraco na segunda rodada, em Manaus, pode se surpreender. O
Equador, até então galinha-morta
em eliminatórias, deixou o Uruguai na repescagem em 2002 e foi
pela primeira vez a um Mundial.
Se a trajetória inicial parece perigosa, o fim da jornada de dois
anos e meio para a Alemanha tem
tudo para ser mais tranquila que
em 2001. Chile e Bolívia, que costumavam impor respeito quando
jogavam em casa, caíram vertiginosamente no ranking da Fifa. Na
comparação da lista de março de
2000 com a última, divulgada em
agosto, os chilenos despencaram
da 23ª para a 73ª posição. Os bolivianos foram mais abaixo: do 69º
lugar para o 114º lugar.
O último adversário da tabela é
de novo a Venezuela, tradicional
saco de pancadas do continente.
Brasileiros e argentinos bem
que tentaram adequar seus interesses à nova ordem do futebol
mundial. Apresentaram conjuntamente um projeto de tabela.
Mas, ao contrário do que costuma ocorrer, desta vez foram voto
vencido. Na reunião da Confederação Sul-Americana realizada
em maio em Santa Cruz de la Sierra, a federação peruana bateu o pé
e ameaçou exigir a realização de
um sorteio para definir a tabela
-o que poderia opor argentinos
e brasileiros na última das 18 rodadas das eliminatórias.
Como há a necessidade de unanimidade neste tipo de resolução,
as potências voltaram atrás. Por
proposta de Júlio Grondona, da
Associação de Futebol Argentino,
a sequência de jogos foi mantida
para esta edição do qualificatório.
Embora a tabela das eliminatórias para o Mundial-2002 tenha
sido definida em sorteio dirigido
pela CBF de Ricardo Teixeira e a
AFA de Grondona, os dois cartolas com mais poder na Sul-Americana, as duas potências não a consideravam ideal dessa vez (o Brasil queria estrear contra o Chile).
Mas, após a ameaça do Peru, tiveram que recuar.
A contrapartida pedida pelas
duas federações foi a de realizar os
dois duelos Brasil x Argentina no
período de recesso do futebol europeu. Foram atendidos, e os jogos mais esperados do torneio serão em junho de 2004 e de 2005.
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