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Colômbia despreza altitude e ajuda brasileiros
DO ENVIADO A BARRANQUILLA
Para conquistar um bom resultado na sua estréia nas eliminatórias, a seleção brasileira vai contar
hoje com a ajuda do inimigo.
No classificatório para o Mundial da Alemanha, a Colômbia resolveu mandar seus jogos na litorânea Barranquilla e assim acabou com um de seus maiores
trunfos nos jogos contra o Brasil.
Se optasse por Bogotá, capital
do país e que está a mais de 2.600
m do nível do mar, os colombianos colocariam os jogadores brasileiros em dificuldade.
Isso é o que mostra o retrospecto dos jogos entre as duas equipes.
Nas cinco vezes em que enfrentou
a Colômbia em Bogotá, o time
principal do Brasil só conseguiu
vencer uma vez. De resto, empatou em três oportunidades (como
na abertura das últimas eliminatórias) e perdeu em outra.
Fazer gols na cidade contra a
equipe hoje treinada por Francisco Maturana também foi um suplício -foram apenas três nas
cinco partidas em Bogotá.
Já nos confrontos diante da Colômbia em outros locais, o Brasil
sempre deu as cartas. Em 16 confrontos, foram 13 vitórias brasileiras e apenas uma colombiana.
Em muitas oportunidades
aconteceram goleadas, tanto que
o Brasil ostenta uma média de
3,12 gols por partida contra a Colômbia fora de Bogotá.
Nas eliminatórias passadas,
além do empate contra o rival de
hoje, o Brasil sofreu em outras cidades altas -perdeu para o
Equador, em Quito, e para a Bolívia, em La Paz.
A mudança para Barranquilla
teve dois motivos. Primeiro, a cidade é considerada um talismã
para os colombianos. Depois,
com mais de uma dezena de convocados atuando no exterior, a altitude também passou a ser um
problema para os próprios rivais
dos brasileiros hoje.
Localizada na costa caribenha,
Barranquilla passa por forte onda
de calor. Durante a semana, os
termômetros bateram nos 37C.
Mas, para o horário do confronto,
a chance de chuva é bastante
grande no estádio Metropolitano,
que deve receber mais de 40 mil
pessoas hoje à tarde.
Para evitar euforia demasiada, a
seleção da Colômbia, que ganhou
em casa a Copa América de 2001,
preferiu ficar concentrada em um
hotel nos arredores de Barranquilla. Para fugir do intenso calor, o
técnico Francisco Maturana chegou a realizar treinos que começavam às 7h da manhã.
O treinador acredita que sua seleção está mais forte e mais experiente do que quatro anos atrás,
principalmente graças ao meia
Hernández, o grande articulador
da equipe. Por isso, diz que seus
comandados não irão se intimidar diante de estrelas como Ronaldo, Rivaldo e Roberto Carlos.
"Nós jamais poderemos assumir que seremos as vítimas. Não
estamos preparados para aplaudir o Brasil, mas, sim, para vencê-lo", declarou Maturana, que vai
escalar dois atacantes (Aristizábal
e Angel), apesar de ter pregado
um discurso defensivista durante
a semana.
(PAULO COBOS)
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