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OLIMPÍADA
Com obras superestimadas e dificuldades com voluntários, dirigentes cogitam mudanças em comitê organizador
A 1 ano dos Jogos, Atenas revela fraquezas
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004,
cuja tática até agora era a de publicamente amenizar os seus problemas, enumerou as principais dificuldades que vem enfrentando e
acenou para a necessidade de mudanças. Segundo admitem dirigentes, alguns aspectos operacionais foram superestimados.
""Nos últimos três anos, temos
planejado no papel as Olimpíadas. Mas, quando a batalha verdadeira começa, você tem de reajustar diversas coisas", analisou
Marton Simitsek, um dos dirigentes do Comitê Organizador dos
Jogos de Atenas, evento que se estenderá de 13 a 29 de agosto do
próximo ano.
Entre as falhas de planejamento
está o fato de algumas instalações
esportivas serem maiores do que
o necessário, haver mais equipamentos do que o que será usado
em outras delas e existir dificuldades relacionadas aos voluntários,
segundo enumerou o dirigente.
A presidente do comitê organizador, Gianna Angelopoulos-Daskalaki, discordou apenas do
último item citado por Simitsek.
Um excedente no número de
voluntários estaria dificultando o
processo de seleção.
""As experiências nas Olimpíadas de Atlanta-96 e Sydney-2000
mostrou que o número de voluntários decresce entre 20% e 25%
[com relação ao inicialmente registrado]. Em nossos cálculos
usamos 20% como base, mas
houve um decréscimo somente
de 7%", disse Simitsek.
No futuro próximo, o comitê
estará estudando ""em profundidade" mudanças estruturais em
equipes técnicas que trabalham
nas instalações esportivas.
O objetivo é deixar mais claro o
papel dessas equipes.
Angelopoulos-Daskalaki não
discorda que pode haver alterações na formação dos grupos que
trabalham para a Olimpíada.
""Ninguém é insubstituível. Todos são passíveis de ser testados
de forma contínua. Aqueles que
fizerem seu trabalho seguirão e
aqueles que não o cumprem não
permanecerão no comitê. Se há
necessidade de mudanças, vai haver mudanças", afirmou ela.
Na sequência, no entanto, a dirigente voltou a adotar uma postura mais diplomática ao procurar minimizar a dimensão dos
problemas enfrentados. ""Mas estou muito orgulhosa das pessoas
deste comitê e do modo como as
autoridades públicas envolvidas
estão reagindo", disse.
Entre as principais dificuldades
enfrentadas pelo comitê estão
disputas partidárias, críticas internas e atrasos no calendário, o
que motivou críticas do Comitê
Olímpico Internacional e muita
especulação da parte da imprensa. Têm participação prevista nos
Jogos 11 mil atletas, de 28 modalidades, além de 5.500 preparadores e 2.500 juízes e árbitros.
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