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Longe de casa, Brasil não assusta rivais
Diferença no percentual de aproveitamento como visitante e mandante é o maior entre as 10 seleções sul-americanas
Time de Dunga vive maior seca de vitórias do país fora de casa por eliminatórias -três empates e quatro derrotas em sete jogos
DO ENVIADO A SANTIAGO
Nenhuma seleção sul-americana tem desempenho tão desigual, no atual formato das eliminatórias sul-americanas, jogando em casa e como visitante
quanto a do Brasil de Dunga.
Somando as três edições em
que participou da competição
com essa fórmula, o Brasil, no
melhor estilo de países que brilham só na altitude e passam
vergonha longe dela, tem aproveitamento de 84% como anfitrião e de só 32% fora de casa.
A diferença de 52 pontos percentuais é recorde entre os 10
países da região, considerando
o mesmo período de disputa
para todas essas seleções.
A Argentina, o maior rival
brasileiro, tem uma performance muito mais equilibrada
(diferença de 30 pontos percentuais). Em Buenos Aires, os
argentinos ganharam 83% dos
pontos que disputaram. Fora, o
aproveitamento de nossos vizinhos é de 53%.
Em 21 jogos na casa do rival
nas eliminatórias sob a atual
fórmula, com seis treinadores
diferentes, o Brasil ganhou apenas quatro, sendo que duas vezes a vítima foi a fraca Venezuela e uma o também frágil Peru.
Seu aproveitamento, por
exemplo, é superado com folga
pela seleção da Colômbia, que
mesmo sem ter ido às últimas
duas Copas do Mundo, faturou
40% dos pontos em disputa fora de suas fronteiras.
A seleção vive sua maior seca
de vitórias fora de casa por eliminatórias. São três empates e
quatro derrotas em sete jogos.
A fragilidade do time nacional como visitante gera opiniões diferentes entre os jogadores chamados por Dunga.
O centroavante Luis Fabiano
não vê grandes problemas. "Cada jogo tem a sua história. Não
acredito nestas coisas [o tabu
do time como visitante]".
Para Ronaldinho, esse currículo vai servir de estímulo hoje
em Santiago, quando quase 60
mil pessoas irão apoiar o Chile.
"Vamos nos motivar", disse.
Os números ruins dos brasileiros fazem o Chile e seus torcedores sonharem alto.
Enquete do jornal "La Tercera" em seu site apontava até anteontem à tarde que 70% dos
internautas acreditavam em vitória apertada do Chile. Outros
10% apostavam em goleada.
O argentino Marcelo Bielsa,
técnico da seleção chilena, promete um time ofensivo, com
até três jogadores de frente para começar o jogo.
(PAULO COBOS)
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