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Nova liga americana caça brasileiras
Campeonato profissional dos EUA atrai jogadoras nacionais para o país em que o futebol feminino é mais valorizado
Marta é principal objeto de desejo das equipes e tem sua presença considerada estratégica para atrair o público e os patrocinadores
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A medalha de ouro olímpica
não veio mais uma vez. Tampouco as promessas de maior
valorização no âmbito nacional. O futebol feminino do Brasil, no entanto, ganha cada vez
mais prestígio internacional e
pode encontrar o seu novo eldorado nos EUA em 2009.
No início do ano, foi fundada
a Women Professional Soccer
(Futebol Feminino Profissional, em inglês), ou WPS, que
utilizará o sistema de franquias
nos moldes de ligas americanas
já consagradas, como a NBA.
O campeonato terá início em
abril do ano que vem e já conta
com sete franquias associadas
para 2009 e três para 2010.
Tem como missão "ser a maior
liga de futebol feminino do
mundo e um parâmetro global
pelo qual o esporte profissional
feminino será medido."
Um vasto mercado se abre
para as brasileiras. Pelo menos,
metade das atletas da seleção já
foi sondada. As mais cobiçadas
são Marta e Cristiane.
"As brasileiras são criativas,
têm intimidade com a bola e jogam com uma paixão que é única. O estilo brasileiro será um
grande atrativo para os torcedores e melhorará o padrão de
jogo da liga", avaliou Tonya Antonucci, principal dirigente da
WPS, em entrevista à Folha.
A atacante Cristiane diz que
a WPS poderá levar não somente as jogadoras da seleção,
como também será um mercado que absorverá talentos.
"Temos destaques que podem fazer os olhos deles [dos
americanos] brilharem. Com o
que a gente apresentou na
Olimpíada, não serão apenas
uma ou duas jogadoras que irão
para lá. Vão querer levar muito
mais brasileiras", apostou Cristiane, artilheira da Olimpíada
de Pequim, com cinco gols.
A atacante, que atualmente
defende o Corinthians no
Campeonato Paulista, recebeu
propostas dos times de Boston,
Chicago e Nova Jérsei.
O anúncio da contratação
das estrangeiras ocorrerá a
partir de 6 de outubro, segundo
o calendário de atividades da
WPS. As jogadoras que estiverem com contrato vigente com
algum clube só serão anunciadas em janeiro de 2009, quando será aberta a janela de
transferências internacionais.
"Acredito que metade desse
time que estava na Olimpíada
vai acabar indo jogar nos EUA.
É bom para os nossos dirigentes verem que, se estão criando
uma liga forte lá, é possível fazer aqui também", comentou a
volante Formiga, que pode ir
para o Saint Louis levada pelo
técnico Jorge Barcellos.
Barcellos, treinador da seleção na Olimpíada, rompeu com
a CBF para assumir o novo time. Ele chegará aos EUA no
próximo sábado e já sabe quais
atletas quer levar consigo.
"Vai ser ótimo porque as brasileiras vão ter uma nova vertente para trabalhar. Além disso, é bom para a seleção. Disputando uma liga competitiva, as
jogadoras se manterão em atividade e não dependerão apenas de campeonatos esporádicos", avaliou Barcellos.
Além de Formiga, o treinador está interessado em Tânia
Maranhão, Cristiane, Fabiana
Baiana e Maicon. Levaria mais
se as regras da WPS permitissem. Cinco é o número máximo de estrangeiras por equipe.
"Mas vou tentar a Marta também. Não custa tentar", disse o
novo técnico do Saint Louis.
Marta não é apenas o sonho
de consumo de Barcellos. Boston, Los Angeles e Nova Jérsei
já entraram em contato com a
jogadora. A presença da maior
estrela do futebol feminino
mundial é considerada estratégica para os dirigentes da WPS
para fomentar o interesse do
público e dos patrocinadores.
Mesmo com uma política rígida de contenção de gastos, a
liga abriu a possibilidade de as
franquias contratarem uma jogadora que esteja acima do teto
salarial, o que abriria a possibilidade de cobrir o salário de
Marta, atualmente defendendo
o Umea, da Suécia.
"Marta tem se demonstrado
interessada em jogar na WPS, e
nós estamos animados com isso. Tenho certeza que todas as
equipes da WPS ficariam animadas de tê-la. Quanto mais
atletas de alto nível estiverem
em campo, maior será o potencial interesse que patrocinadores e investidores terão pela
nossa marca", disse Antonucci.
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