São Paulo, quarta-feira, 07 de setembro de 2011

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TOSTÃO

Deduzir não é adivinhar


Aumentou minha impressão, provavelmente errada, de que Neymar ficará no Brasil até a Copa


COM 11 de cada lado, Brasil e Gana pareciam duas seleções do mesmo nível técnico. Após Gana ficar com um a menos, no primeiro tempo, qualquer avaliação festiva da seleção brasileira, individual e coletiva, deixou de ser correta e imparcial.
No início, quando era melhor, Gana tinha muita facilidade para tocar a bola e atacar pela direita. O Brasil só marcava com os dois volantes. Marcelo estava desprotegido. Elias entrou, no lugar de Ganso, e passou a marcar mais pela esquerda. Isso corrigiu o problema. O Brasil, com Ronaldinho, Ganso e Neymar, três jogadores que não marcam, terá enormes dificuldades contra fortes seleções.
Com a presença de Ronaldinho, Neymar perde o lugar pela esquerda, onde gosta de jogar e de onde dribla para o lado ou vai para o gol.
Por mais que a imprensa diga o contrário, cada dia aumenta minha impressão de que Neymar só vai sair do Brasil após a Copa de 2014. Devo estar enganado, já que não tenho nenhuma informação. Deduzo isso baseado nas entrelinhas e na subjetividade das entrevistas dadas pelo jogador, por seu pai, por seu empresário e pelo presidente do Santos. Deduzir não é adivinhar, muito menos inventar.
Vivemos em um mundo digital. No entanto, gosto mais do analógico. O mundo digital é mais exato, preciso, porém, o analógico é mais amplo e interpretativo.
Neymar pode ter sido convencido de que vai ganhar mais dinheiro no Brasil, que, na Europa, correrá risco de não brilhar, que aqui será sempre o reizinho e que, se o Brasil for campeão, ele, mesmo jogando aqui, terá grande chance de ser escolhido o melhor da Copa e do mundo.
Deduzo ainda, por ser quase óbvio, que Neymar, se decidir sair, prefere o Barcelona, um time que joga mais bonito e com mais eficiência.
A grande dúvida é se Neymar, em um dos grandes times da Europa, terá mais chances de aprimorar o talento coletivo e os fundamentos técnicos. Penso que sim, embora não tenha nenhuma certeza. Talento coletivo é facilitar para os companheiros jogarem melhor.
Na Europa, certamente, Neymar correria mais riscos. Viver é escolher caminhos, certos ou errados. É arriscar. "Viver é perigoso" (João Guimarães Rosa).

MAIS QUE MIL
Mais importante que fazer mil jogos por um único clube, é ser um excelente goleiro, artilheiro, ter um ótimo passe, saber jogar fora do gol e ainda ser um ótimo profissional.
Rogério Ceni é único, inesquecível.


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