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OLIMPÍADA
Atentados na vizinha Turquia fazem organização permitir agentes estrangeiros e gastar mais US$ 175 milhões
Atenas incentiva segurança "importada"
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Cada um por si parece ser o lema de Atenas para garantir a segurança dos Jogos de 2004, que
acontecem de 13 a 29 de agosto.
Apesar do investimento recorde
na história das Olimpíadas -serão gastos US$ 775 milhões pelo
governo grego-, os organizadores resolveram incentivar cada
uma das delegações a levar equipe
própria de segurança. Não descartam até autorizar a entrada de
integrantes de Exércitos estrangeiros, que ajudariam a proteger
os atletas na Vila Olímpica.
Agentes do FBI, a polícia federal
dos EUA, da CIA, agência de inteligência norte-americana, e do
Mossad, o serviço secreto israelense, já têm trabalhado com o governo grego e estarão em ação durante os Jogos, assim como a Scotland Yard, a polícia britânica.
O Brasil ainda não decidiu como tratará a questão -se levará
equipe própria ou não. Segundo a
assessoria de imprensa do Comitê
Olímpico Brasileiro, nos próximos dias Carlos Arthur Nuzman
terá reunião com o ministro Agnelo Queiroz e deverá discutir o
assunto com o governo.
Para Denis Oswald, inspetor-chefe do COI em Atenas, a presença de agentes estrangeiros é
imprescindível. Apesar de dizer
que ""as operações antiterrorismo
estão concentradas nas mãos do
governo grego", ele diz que Atenas fechou 37 acordos de cooperação com 32 países, que mandarão policiais para a Olimpíada.
A preocupação com a segurança, que já era grande desde o 11 de
Setembro, virou obsessão para os
gregos após a recente onda de
atentados que deixaram 57 mortos em Istambul (Turquia).
Devido à instabilidade na região, o comitê organizador aprovou o aumento dos gastos no setor, que passaram de US$ 600 milhões para US$ 775 milhões -em
Atlanta-96 e Sydney-00 não chegaram a US$ 300 milhões. Já o número de agentes envolvidos na
operação acabou sendo ampliado
de 45 mil para 55 mil.
""Antes mesmo dos atentados
contra as sinagogas, o consulado
britânico e o [banco] HSBC, o esquema de segurança de Atenas já
seria o maior da história. Mas, depois do ocorrido em Istambul, será ainda maior", disse Peter Ryan,
diretor de segurança do Athoc, o
comitê organizador dos Jogos.
""Sabemos que risco zero é uma
coisa que não existe, mas quem
for à Grécia pode ter certeza que
todo cuidado terá sido tomado."
Segundo Ryan, alguns reparos
na estratégia de defesa serão feitos
nos próximos meses. Ele não quis
entrar em detalhes, mas disse que
será dada maior atenção aos navios usados como hotéis. O porto
de Pireus, onde serão atracados,
deverá ser fechado e cercado. No
mar, ficará a guarda costeira.
""Nas últimas simulações, estávamos muito preocupados com a
parte aérea [sequestro de aviões],
mas agora iremos nos dedicar
mais à parte marítima."
Apesar de admitir mudanças na
rota, ele negou notícias veiculadas
pela imprensa norte-americana,
segundo a qual as simulações feitas em agosto em Atenas teriam
mostrado uma série de fragilidades no esquema grego.
""Não é verdade. Chegaram até a
inventar que Israel estaria pensando em boicotar os Jogos por
não concordar com a estratégia
adotada, quando são os israelenses, ao lado dos norte-americanos
e dos ingleses, nossos principais
consultores no assunto."
Mas o Comitê Olímpico Internacional reconhece que, apesar de
não interferir na questão da segurança, ela é um dos pontos que
mais preocupam. "Existe o perigo
do terrorismo, e ele não está limitado a um certo número de países.
Pode acontecer na Grécia, pode
acontecer em qualquer lugar. Nós
todos somos afetados", disse o
presidente Jacques Rogge.
Com agências internacionais
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