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FUTEBOL
Sete primeiros do Brasileiro não venceram neste ano em seus Estados; Flamengo puxa o fiasco de vitoriosos caseiros
Nacional castiga os campeões estaduais
DA REPORTAGEM LOCAL
Estadual é uma coisa, Nacional
é outra. A frase é tão óbvia quanto
cruel para São Caetano, Flamengo, Cruzeiro, Internacional...
Quando teve início a rodada do
fim de semana do Campeonato
Brasileiro, as sete primeiras posições da tabela eram ocupadas por
times que não ficaram com o título estadual nesta temporada.
O lanterninha é o Flamengo,
que tanto festejou as conquistas
da Taça Guanabara e, depois, do
Estadual do Rio de Janeiro.
Os avisos ao campeão carioca
de que as coisas no Nacional seriam bem mais duras também deveriam ter sido feitos a todos os
outros campeões estaduais. O forte elenco do São Caetano, vencedor do Paulista atropelando São
Paulo e Santos, não manteve a pujança no Nacional e amargava a
12ª colocação até ontem -uma
derrota na Vila Belmiro empurraria o time mais para baixo.
Cruzeiro e Inter, detentores dos
""scudettos" de Minas Gerais e Rio
Grande do Sul, até começaram
bem o Brasileiro, mas não seguraram o ritmo -após o confronto
entre os dois no meio de semana,
ficaram na 10ª e na 13ª colocações
na tabela, respectivamente.
O Coritiba, campeão paranaense, estava bem atrás de seu rival
Atlético e mais perto da zona de
rebaixamento do que da zona de
classificação para a Libertadores
quando a rodada começou.
O Vitória pôs a faixa na Bahia e
era uma das promessas do Nacional. O time não vingou e deixou
há um bom tempo de ser top ten.
O campeão estadual mais bem
colocado na tabela, até o início da
22ª rodada, era o Figueirense
-estava em 8º lugar, só uma posição na frente do rival Criciúma.
O badalado Santos é um dos
grandes exemplos de fracassados
no Estadual. O time da Vila Belmiro tinha como grande projeto
encerrar uma ""fila" de 20 anos no
Campeonato Paulista. A conquista, quase uma obsessão para o
presidente santista, Marcelo Teixeira, foi brecada após um sonoro
4 a 0 para o São Caetano.
O São Paulo, que também faz
uma bela campanha, caiu nas
quartas-de-final do Estadual
diante do time do ABC. Na ocasião, a equipe do Morumbi, que
tinha ótimo aproveitamento de
pontos, foi novamente rotulada
de ""pipoqueira" pela torcida.
Um ótimo exemplo de que o Estadual não serve como um bom
parâmetro para o Nacional é o
Goiás. A equipe que faz uma das
melhores campanhas da elite do
país não conseguiu triunfar em
seu território. O título goiano ficou com o humilde Crac nesta
temporada -a equipe bateu o
Vila Nova na decisão.
Coisa parecida aconteceu com o
Paysandu. Único representante
de seu Estado (Pará) na primeira
divisão nacional, viu um rival erguer a taça caseira -o Remo foi
campeão paraense de novo.
Os Estaduais no Brasil contam
tradicionalmente com mata-matas, que nem sempre premiam as
equipes mais regulares e preparadas para uma forte disputa.
O segundo Brasileiro de pontos
corridos também exigiu bom poder de reposição de seus participantes. Vários jogadores que brilharam nos Estaduais, como o
meia Alex (ex-Cruzeiro), foram
negociados com o futebol do exterior. Tudo isso era esperado. Mas
parece que os campeões estaduais
esperaram para ver.
(RBU)
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