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Com Luis Fabiano, Brasil renasce distante de casa
Atacante salva de novo pele de Dunga e faz time voltar a vencer como visitante
DO ENVIADO A SANTIAGO
Quando Dunga corria o risco
de ser o primeiro treinador da
seleção brasileira a perder um
jogo de eliminatória em casa,
ele salvou a pele do treinador.
Ontem, quando era o emprego
do técnico que corria risco, ele
também foi o herói.
Contra o Chile, Luis Fabiano
fez dois gols, deu passe para Robinho marcar, criou e perdeu
outras chances e sofreu a falta
que provocou expulsão do rival
chileno Valdivia.
No ano passado, contra o
Uruguai, no Morumbi, ele havia feito os dois gols na virada
brasileira em um jogo que o time adversário foi melhor o
tempo inteiro. Diferente do
que ocorreu contra os chilenos,
quando o Brasil deu as cartas
na maior parte do tempo.
Em Santiago, o Brasil encontrou um estádio lotado, mas
uma temperatura bem mais alta do que o previsto.
Dentro de campo, o Chile
cumpriu a promessa de escalar
três atacantes. Mas a primeira
grande chance foi do Brasil, em
jogada tramada por Luis Fabiano e Ronaldinho, aos 9min. O
lance terminou com o novo jogador do Manchester City chutando em cima do goleiro Bravo
que defendeu em dois tempos.
O jogo estava bastante corrido, e só esfriou quando o juiz
paraguaio Carlos Torres cometeu uma trapalhada e interrompeu a partida por mais de dois
minutos.
O lateral Kléber fez falta violenta. Alertado de forma errada
pelo bandeirinha, Torres mostrou amarelo para o zagueiro
Luisão. O árbitro reserva desfez
a contusão e o cartão enfim foi
mostrado ao lateral-esquerdo.
Parada acabou sendo foi
ruim para o Chile. Logo no recomeço do jogo, aos 21min, Ronaldinho caprichou na cobrança de falta, Luis Fabiano desviou com a cabeça e marcou o
primeiro gol, quebrando um jejum de tentos do time principal
do Brasil que ultrapassava os
300 minutos.
Em desvantagem, o time da
casa abusava dos chutes de longa distância e dos cruzamentos,
mas Júlio César, que mandou o
presidente Lula mudar para a
Argentina, mostrava segurança. Desta vez, o time nacional
também corria muito para recuperar a bola -uma das críticas feitas pelo político petista à
equipe nacional.
A torcida chilena já nem gritava mais quando, aos 35min, o
meia Diego foi derrubado na
área. Pênalti, que Ronaldinho
bateu à meia altura para grande
defesa de Bravo.
O lance e a entrada de Valdivia tinham tudo para incendiar
o jogo a favor dos chilenos. Mas
foi o Brasil que seguiu melhor
em campo e foi para o intervalo
com mais um gol. Luis Fabiano
rolou para Robinho marcar o
segundo, aos 45min.
Tudo indicava um segundo
tempo tranqüilo para o Brasil,
mas nem bem a etapa final havia começado e Kléber fez nova
falta violenta e foi expulso.
Saiu de campo sem receber
uma palavra ou gesto de Dunga
quando passou em frente do
banco brasileiro.
Para recompor a defesa, o
treinador brasileiro mandou
Juan, na sua estréia com a camisa da seleção, a campo. Ronaldinho, que na Olimpíada
não havia sido substituído nunca, foi o escolhido para sair.
A pressão chilena arrefeceu
depois que Valdivia foi expulso.
O Brasil controlou o jogo até o
final, e perdeu, por acúmulos
de amarelos, Gilberto Silva para o jogo contra a Bolívia. E ainda teve tempo para fazer o terceiro, aos 38min, em jogada de
Luis Fabiano.
(PAULO COBOS)
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