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Massa herda vitória na Bélgica
Brasileiro termina GP em segundo, mas é beneficiado depois de Lewis Hamilton ser punido pela FIA
Piloto da McLaren realizou manobra ilegal ao tentar ultrapassar o finlandês Kimi Raikkonen, que liderava, a duas voltas do final da prova
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SPA-FRANCORCHAMPS
Depois de assistir a uma disputa acirrada entre Lewis Hamilton e Kimi Raikkonen, que
acabou com o finlandês na barreira de pneus, Felipe Massa
estava mais que satisfeito com
o segundo lugar na Bélgica.
"Quando vi aqueles dois brigando como se fosse a última
volta da última corrida do campeonato, eu pensei justamente
o contrário", falou o brasileiro.
"Sabia que seriam oito pontos importantes e como há dois
GPs perdi dez, não queria perder mais nada. Aí não arrisquei.
Parecia um bundão guiando.
Mas valeu a pena. Os oito pontos caíram no meu colo."
Pouco menos de duas horas
depois, no entanto, a décima vitória de sua carreira e mais dois
pontos caíram também.
O motivo foi uma punição a
Hamilton, que a três voltas do
fim, na tentativa de ultrapassar
Raikkonen para assumir o primeiro lugar, cortou uma curva.
Com o resultado, a desvantagem de Massa para o inglês no
Mundial caiu para dois pontos.
A polêmica aconteceu quando Hamilton tentou a ultrapassagem na entrada da Chicane,
pelo lado de fora. Os dois brecaram juntos, mas Raikkonen
manteve o primeiro lugar. Hamilton, sem ter como contornar a curva, acabou saindo da
pista, cortando caminho. Voltou à frente do finlandês e seguiu acelerando, em vez de ceder o lugar de volta.
Só depois de abrir a penúltima volta, o piloto da McLaren
devolveu a primeira posição a
Raikkonen. Mas o inglês nem
deu tempo ao campeão mundial e, na seqüência, retomou a
liderança da corrida.
Logo depois, os dois trocaram novamente de posição até
que Raikkonen perdeu o controle de seu carro e bateu.
"Eu paguei o preço por tentar
vencer", falou o finlandês.
"Existem regras sobre cortar
chicanes e elas têm de ser seguidas. Além disso o Lewis ficou "dançando" na minha frente. A regra diz que você não pode trocar de trajetória mais de
uma vez", completou ele.
Enquanto Hamilton festejava no pódio, com Massa e Nick
Heidfeld, da BMW, o terceiro,
os comissários pediram que o
piloto da McLaren e Raikkonen
dessem explicações.
Apesar de a equipe inglesa
afirmar que forneceu seus dados à FIA e que Hamilton estava 6 km/h mais lento que o adversário na reta, depois da Chicane, ele foi penalizado por violar o regulamento esportivo da
F-1 com um drive through.
Como a prova já estava encerrada, adicionaram 25 segundos a seu tempo final. Com isso,
Hamilton caiu para terceiro.
No momento em que saiu a
decisão, às 18h08 na Bélgica
(13h08 de Brasília), Massa ainda estava no circuito. Mas a
Ferrari achou que não seria elegante permitir que o brasileiro
falasse outra vez com a imprensa, desta vez como ganhador.
Raikkonen já tinha deixado o
circuito e Hamilton saiu sem
fazer nenhum comentário.
A confusão causada pela mudança do resultado foi tamanha
que a escuderia italiana cometeu várias gafes. Em seu comunicado oficial, que é distribuído
na sala de imprensa após as
corridas, não havia nenhuma
frase de Raikkonen.
O único a dar as caras no paddock para falar após a decisão
foi Stefano Domenicali, chefe
da Ferrari. "Não fomos nós que
protestamos contra a manobra
do Lewis. Os comissários nos
chamaram e, como sempre fazemos nestes casos, não comentamos as decisões", falou.
"Eu, pessoalmente, acho que
a atitude do Lewis foi um pouco
extrema. Eles estavam lutando
por posições, mas ele levou
vantagem. Isso é crucial e deveria mesmo ser considerado."
Insatisfeita com a decisão, a
McLaren irá recorrer. A Corte
de Apelações da FIA irá julgar o
recurso, em data não definida.
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