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Como fez com São Paulo e Grêmio, time se imagina mandante no Morumbi para vencer hoje e administrar 2º jogo
Santos quer reverter dupla desvantagem
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS
O Santos ficou sem sua Vila Belmiro nesta final de Campeonato
Brasileiro, mas atuará hoje como
se realmente fosse o mandante,
tentando roubar as vantagens corintianas logo no primeiro jogo.
Como fez diante de São Paulo
(quartas-de-final) e Grêmio (semifinal), o Santos quer a vitória
hoje para jogar ""com o regulamento debaixo do braço" no segundo jogo, no próximo domingo. ""Neste Brasileiro, o Santos só
está correndo dos outros. Nossa
perna deve ser mais grossa que a
dos outros, afinal, até agora chegamos na frente", disse, confiante, o técnico Emerson Leão.
Ele se sente confortável na posição de aspirante ao título contra o
favoritismo corintiano, vítima das
circunstâncias e traído pela CBF e
pela diretoria santista.
""O Corinthians joga por dois
empates e disputa as duas finais
em sua cidade. Temos de correr
atrás", analisou o treinador.
Correr atrás, por sinal, é algo
que não foi, nem longe, problema
para o Santos nas fases anteriores.
Afinal, o time comandado por
Leão passou com folga por seus
oponentes nos mata-matas.
Se forem somados os 180 minutos de disputa, os santistas meteram 5 a 2 nos são-paulinos e aplicaram 3 a 1 sobre os gremistas.
Como chegou às finais na oitava
posição, o time se viu obrigado a
conviver com a desvantagem.
""Nós revertemos todos os processos na Vila Belmiro. Agora temos de fazer o mesmo no Morumbi", sentenciou Leão.
O favoritismo do rival também
se justifica pela campanha. O Corinthians terminou a primeira fase em terceiro, com 43 pontos.
Já o Santos ficou com 39 pontos
e só se classificou por ter contabilizado um melhor saldo de gols
que o Cruzeiro. Em outras palavras, as de Leão: ""Classificou com
as calças nas mãos".
""Somos realistas, o Corinthians
é o favorito, fez uma campanha
brilhante", afirma o meia Diego.
Além disso, a equipe paulistana
dirigida por Carlos Alberto Parreira tem no currículo de 2002 as
conquistas do Torneio Rio-São
Paulo e da Copa do Brasil.
Mas a situação mudou de figura
quando os noviços do Santos bateram os badalados são-paulinos,
que receberam o rótulo de ""supertime do Brasileiro-2002".
""Desde a primeira vitória sobre
o São Paulo, começamos a ver essa vaga na final", afirmou Diego,
que marcou nos dois jogos decisivos com a equipe do treinador
Oswaldo de Oliveira.
Nos últimos dias, o trabalho de
Leão tem sido reforçar o lado psicológico do seu time. ""Somos
uma cobaia que deu certo", define. ""Existe uma empolgação, o
que é bom, mas é preciso controlá-la", completou o treinador.
O retiro na rural Jarinu (71 km a
norte de São Paulo), que começa
amanhã, servirá para isolá-los do
mundo. ""Somos as únicas equipes em atividade no país e já não
há o que treinar. O Santos ultrapassou 24 equipes para chegar à
final e não tememos ninguém",
estufa o peito Leão. O time quer
começar a última ultrapassagem
hoje. Se der certo, a recompensa
será inédita -o troféu que o Santos jamais obteve em sua história.
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