São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Como fez com São Paulo e Grêmio, time se imagina mandante no Morumbi para vencer hoje e administrar 2º jogo

Santos quer reverter dupla desvantagem

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

O Santos ficou sem sua Vila Belmiro nesta final de Campeonato Brasileiro, mas atuará hoje como se realmente fosse o mandante, tentando roubar as vantagens corintianas logo no primeiro jogo.
Como fez diante de São Paulo (quartas-de-final) e Grêmio (semifinal), o Santos quer a vitória hoje para jogar ""com o regulamento debaixo do braço" no segundo jogo, no próximo domingo. ""Neste Brasileiro, o Santos só está correndo dos outros. Nossa perna deve ser mais grossa que a dos outros, afinal, até agora chegamos na frente", disse, confiante, o técnico Emerson Leão.
Ele se sente confortável na posição de aspirante ao título contra o favoritismo corintiano, vítima das circunstâncias e traído pela CBF e pela diretoria santista.
""O Corinthians joga por dois empates e disputa as duas finais em sua cidade. Temos de correr atrás", analisou o treinador.
Correr atrás, por sinal, é algo que não foi, nem longe, problema para o Santos nas fases anteriores. Afinal, o time comandado por Leão passou com folga por seus oponentes nos mata-matas.
Se forem somados os 180 minutos de disputa, os santistas meteram 5 a 2 nos são-paulinos e aplicaram 3 a 1 sobre os gremistas.
Como chegou às finais na oitava posição, o time se viu obrigado a conviver com a desvantagem.
""Nós revertemos todos os processos na Vila Belmiro. Agora temos de fazer o mesmo no Morumbi", sentenciou Leão.
O favoritismo do rival também se justifica pela campanha. O Corinthians terminou a primeira fase em terceiro, com 43 pontos.
Já o Santos ficou com 39 pontos e só se classificou por ter contabilizado um melhor saldo de gols que o Cruzeiro. Em outras palavras, as de Leão: ""Classificou com as calças nas mãos".
""Somos realistas, o Corinthians é o favorito, fez uma campanha brilhante", afirma o meia Diego.
Além disso, a equipe paulistana dirigida por Carlos Alberto Parreira tem no currículo de 2002 as conquistas do Torneio Rio-São Paulo e da Copa do Brasil.
Mas a situação mudou de figura quando os noviços do Santos bateram os badalados são-paulinos, que receberam o rótulo de ""supertime do Brasileiro-2002".
""Desde a primeira vitória sobre o São Paulo, começamos a ver essa vaga na final", afirmou Diego, que marcou nos dois jogos decisivos com a equipe do treinador Oswaldo de Oliveira.
Nos últimos dias, o trabalho de Leão tem sido reforçar o lado psicológico do seu time. ""Somos uma cobaia que deu certo", define. ""Existe uma empolgação, o que é bom, mas é preciso controlá-la", completou o treinador.
O retiro na rural Jarinu (71 km a norte de São Paulo), que começa amanhã, servirá para isolá-los do mundo. ""Somos as únicas equipes em atividade no país e já não há o que treinar. O Santos ultrapassou 24 equipes para chegar à final e não tememos ninguém", estufa o peito Leão. O time quer começar a última ultrapassagem hoje. Se der certo, a recompensa será inédita -o troféu que o Santos jamais obteve em sua história.



Texto Anterior: As armas corinthianas

Próximo Texto: Perfil: Alex repete sina de Coutinho com sósia na zaga
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.