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Diversidade do Paulista depois da criação do "Trio de Ferro" é lenda
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No Campeonato Paulista, qualquer time pode ser campeão. Ao
menos que a Portuguesa Santista
realize um "milagre" hoje, na Vila
Belmiro, e vença o São Paulo por
cinco gols, garantindo uma vaga
na final, essa máxima mais uma
vez se mostrará falsa.
Vendido como o mais disputado Estadual do país, o Paulista, na
verdade, tem um seleto grupo de
campeões a partir do momento
em que o São Paulo foi fundado e
criou a última ponta do "Trio de
Ferro", que deve, em 2003, mais
uma vez decidir o torneio -já
que o Corinthians eliminou ontem o Palmeiras no Morumbi e
garantiu a primeira vaga na decisão do certame.
Desde 1936, quando aconteceu
a primeira participação são-paulina, apenas sete clubes ganharam
o Estadual de São Paulo com a
participação de todas as equipes
-no ano passado, o Ituano aproveitou a ausência dos times grandes, que disputaram o Torneio
Rio-São Paulo, para levar o título.
Entre as dez unidades da federação que contam hoje com times
na primeira divisão do Nacional,
a diversidade paulista faz feio.
Sempre levando em conta o
ocorrido a partir de 1936, o Estado
em que "qualquer um pode vencer" ocupa apenas o sexto lugar,
dividido com Goiás, no ranking
de campeões locais diferentes.
Santa Catarina teve mais de 20
campeões diferentes nos últimos
66 anos. Bahia e Vitória sempre
dominaram o campeonato do
maior Estado nordestino, mas
ainda assim seis outras equipes,
como Galícia, Leônico e Ypiranga, encontraram espaço para um
título no mesmo período.
Coisa parecida acontece no Rio
Grande do Sul, principalmente
nas últimas temporadas, quando
Juventude e Caxias furaram o domínio da dupla Grêmio e Internacional e levaram o título do Estadual para a serra gaúcha.
Paraná e Ceará são outros Estados da elite que apresentam, com
variadas folgas, uma diversidade
de vencedores maior do que a
paulista na era do "Trio de Ferro".
Perto do Rio
Mesmo o Rio de Janeiro, sempre acusado pelos defensores do
Paulista de fazer um campeonato
em que só os grandes contam, fica
perto. Seis clubes diferentes foram campeões do Estadual do Rio
desde 1936. Nos últimos anos, um
pequeno, o Americano de Campos, tem chegado às finais e assustado os grandes de verdade.
Já em São Paulo a aparição de
um time surpresa é cada vez mais
rara. Com exceção da inusitada
edição do ano passado, Corinthians, Palmeiras e São Paulo dividem os títulos desde 1991. Nesse
mesmo período, os três, que conquistaram 75% dos Estaduais desde 1936, só não ficaram com o vice
em duas oportunidades.
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