|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Técnico ganha campeonato
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Copa dos Campeões não
deixa dúvida. Técnico ganha jogo (e campeonato).
A disputa terá como seu maior
vencedor um homem do banco de
reservas. As bolsas de apostas
conspiravam contra o Porto de
José Mourinho e o Monaco de Didier Deschamps. Mesmo com
elencos limitados (padrões europeus), eles suplantaram o favoritismo dos estelares rivais de Espanha, Itália e Inglaterra.
Sorte? Não, competência.
O Porto, único do G14 que alcançou as semifinais, já figurava
como um dos mais acertados times da Europa na temporada
passada. A "Tríplice Coroa" não
foi por acaso. O time de Mourinho sobrou na Copa da Uefa, torneio que ficou pequeno para a
única potência atual do futebol
português. Quis o destino que os
grandes favoritos ao título europeu deste ano caíssem antes de
duelo crucial com o Porto.
Porém esse tinha e tem força suficiente para eliminar um gigante. Na primeira fase, empatou
com o Real Madrid no Santiago
Bernabéu. Fora de casa, está invicto, o que atesta a "personalidade" da equipe (geralmente, o time
que está pronto mostra essa condição no campo rival).
O Monaco não teve a sorte (ou o
azar) do Porto de fugir do desafio
maior. Encarou o Real Madrid
em grande desvantagem e contornou situação que parecia perdida
para quase todos. O ataque feroz
do time monegasco atraiu luzes já
na primeira fase, quando um 8 a
3 sobre o La Coruña estabeleceu a
nova goleada recorde da fase moderna da Champions League. O
sucesso ofensivo da equipe passa
curiosamente pelo ex-volante que
ergueu a Taça Fifa em 1998.
Quais são as estrelas da Copa
dos Campeões? Morientes, Deco,
Giuly, Vitor Baía, Prso, Derlei,
Ibarra, Costinha... Quase todos os
destaques dos finalistas atravessaram momento obscuro não faz
muito tempo. Integram aquela
classe de jogadores que, por uma
razão ou outra, chegam a um limite e não progridem, não viram
craques incontestáveis. Pois bem.
Com Mourinho e Deschamps,
corresponderam mais do que o esperado. Os técnicos usaram bem
suas armas. Nos jogos que renderam as vagas na final, são apontados como "nós táticos" a marcação de Costinha em Valerón,
do La Coruña, e o adiantamento
de Ibarra (com o ex-lateral-esquerdo Givet na direita) contra o
Chelsea. Obras dos mais promissores técnicos da atualidade.
Ambos preenchem o perfil do
treinador de grupo, mas não são
alheios a experimentos táticos,
sistemas de jogo e ao estudo do
adversário. "Descobrem" talentos, como o ala-direito Paulo Ferreira (Porto) e o volante Bernardi
(Monaco), atuam como psicólogos para recuperar ou "turbinar"
craques (Vitor Baía e Giuly não
são devidamente aproveitados
em suas seleções) e encaixam rapidamente peças nas "máquinas"
(Carlos Alberto e Morientes).
Eles ainda não são um Carlos
Bianchi, que não precisa provar
mais nada, mas terminam a temporada como galácticos. Basta ver
quem os excluídos da final querem. O Chelsea namora Mourinho. Real Madrid e Juventus acenam para Deschamps.
Os números da final
Um charme nas camisas dos goleiros. Vitor Baía usa o 99. Roma, do
Monaco, mostra o 30 em seu uniforme.
Os traíras da final
Costinha já teve passagem pelo Monaco. Ibarra já foi do Porto.
Os apelidos da final
O nome de Maniche (Porto) é Nuno. O apelido é homenagem a Manniche, ex-atacante dinamarquês do Benfica. Squillaci (Monaco) é
chamado de "Toto" por causa do ex-atacante da Azzurra Schillaci.
As roupas da final
Mourinho curte uma roupa social. Deschamps gosta mais de casual.
E-mail: rbueno@folhasp.com.br
Texto Anterior: Natação: Seletiva termina com nado medley em alta Próximo Texto: Automobilismo: Desafetos dividem a 1ª fila em Barcelona Índice
|