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VÔLEI
Machucada e temerosa, seleção pega os egípcios
Campeão olímpico e bi mundial, time de Bernardinho testa reação
BRASIL
Estréia, em busca do 3º ouro da equipe masculina. Horário: 3h30 de amanhã
DA ENVIADA A PEQUIM
Pressão é uma palavra que
acompanha a seleção masculina de vôlei desde 2002, quando
os comandados de Bernardinho conquistaram pela primeira vez o título mundial.
A taça recolocou o país sob os
holofotes e deu início à soberania brasileira no esporte. A cada torneio, surgia a obrigação
de obter bons resultados.
Às vésperas da competição
que pode dar ao Brasil talvez
seu título mais emblemático
(pode ser a primeira seleção a
ser bi mundial e bi olímpica
num período ininterrupto), porém, a seleção tenta de se adaptar a uma nova pressão. Nunca
pairaram tantas dúvidas sobre
a equipe de Bernardinho.
O Brasil chega à Olimpíada
após terminar em quarto lugar
na Liga Mundial. Nunca nesta
década a equipe havia ficado fora do pódio. A seleção estréia
nos Jogos de Pequim contra o
Egito, às 3h30 da madrugada de
amanhã (horário de Brasília).
"Essa derrota doeu mais. Hoje, a pressão sobre nós é enorme, principalmente em razão
do que fizemos nos últimos sete anos. Temos de aprender a
conviver com ela", diz Bernardinho. "Negar que haja receio e
temor seria negar a importância da competição. Sentir isso
não significa ser menos forte."
Sob o comando do treinador,
que deixou o time feminino em
2000 com dois bronzes olímpicos, o Brasil apresentava como
pior resultado o terceiro lugar
no Pan de 2003. O time ostenta
o impressionante retrospecto
de 21 conquistas, duas medalhas de prata e uma de bronze.
A derrota em Santo Domingo
era classificada pelos jogadores
como o maior tropeço da equipe sob a batuta de Bernardinho
até a Liga Mundial-08, no Rio.
"Ali foi nosso primeiro deslize grande, e soubemos nos recuperar, mas tivemos tempo
para isso. Agora é outro cenário", constata Bernardinho.
"Essa derrota dói mais em razão de vermos na cara das pessoas uma frustração. Mas o time agora também é diferente
do de 2003, tem uma bagagem
maior", completa ele.
Em relação à formação da
equipe, além de não ter mais
Giovane, Maurício (já aposentados) e Nalbert (descartado na
fase de treinamento), a seleção
chega à Olimpíada sem Ricardinho. Tido como "cérebro" do time, ele foi cortado pouco antes
do Pan-07, por desavenças com
Bernardinho. Não voltou mais.
O episódio colocou pressão
sobre os outros levantadores.
Marcelinho assumiu a vaga.
Com ele, o time foi forçado a
desacelerar um pouco o jogo,
mais importante característica
do Brasil. Bruno, filho de Bernardinho, é o atleta com menor
rodagem internacional da equipe e tenta se firmar após um período sendo o terceiro nome da
posição. Em Pequim, disputa
sua primeira Olimpíada.
"Jogar essa competição já é
uma pressão, mas estamos bem
preparados. Há quatro anos, eu
estava torcendo pelos meus
ídolos pela TV e jamais imaginei que estaria aqui. Vou me esforçar ao máximo", declara
Bruno.
(MARIANA LAJOLO)
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