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VÔLEI DE PRAIA
Ana Paula chega, fala, treina e já joga 1ª hoje
DO ENVIADO A PEQUIM
Até quarta-feira pela manhã,
Ana Paula estava de férias, com
passagem marcada para passar
uma semana em Los Angeles.
Mas tudo isso mudou após seu
telefone soar, às 6h. Três dias
depois, irá estrear em Pequim.
"A situação me pegou de surpresa. Foi uma bomba."
Convocada para substituir a
machucada Juliana na dupla
com Larissa, Ana Paula considera que o ineditismo da parceria pode ser um trunfo.
"Eu e a Larissa nunca jogamos juntas [nos circuitos mundial ou brasileiro]. Isso pode
atrapalhar no entrosamento.
Mas, por outro lado, ninguém
nos viu atuar, nem mesmo
nós", falou ela ontem, após receber sua credencial no congresso técnico do vôlei de praia,
horas depois de chegar à China.
"Já joguei muito contra a Larissa. Mas não vai ser um bicho-de-sete-cabeças atuarmos juntas", disse ela, que hoje, às 9h,
encara as brasileiras Cris e Andrezza, que jogam pela Geórgia
com os nomes Saka e Rtvelo.
Sua nova parceira não segurou as lágrimas ao ver Ana Paula. Tinha acabado de se despedir de Juliana, na Vila Olímpica. Sua colega de anos havia se
desligado da delegação por não
ter conseguido se recuperar de
lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito.
"Uma coisa é você saber que
vai acontecer algo. A outra é ver
acontecer. Foram 50 dias da lesão da Juliana, dias de muitas
emoções. A gente pensou em
vários problemas e soluções.
Tomou decisões difíceis", afirmou Larissa. Apesar de perder
sua parceira habitual e ter realizado só um treino com Ana
Paula, ela se diz confiante. "Algo me diz que vou sair daqui
com bastante alegria."
Para Ana Paula, a convocação
inesperada para disputar a sua
quarta Olimpíada -participou
dos Jogos de Barcelona-92,
Atlanta-96 e Atenas-04- marcará o fim de um ciclo.
"Por mais que eu goste de jogar, aos 36 anos, não sei até
quando meu corpo irá agüentar. Pode ser que encerre [a carreira] em Pequim. Vai depender do que acontecer comigo",
aponta ela, que almeja atingir
um feito na Olimpíada chinesa.
"Já que aconteceu de jogar o
torneio olímpico, vou em busca
de medalha. Quero entrar para
a história como a jogadora que
subiu ao pódio na quadra e na
praia", conta Ana Paula, que integrou o time medalha de bronze no vôlei indoor em 1996.
Para chegar em boas condições a Pequim, a jogadora enfrentou uma pequena maratona. Viajou por 24 horas, com
uma parada de dez horas para
conexão em Paris, onde descansou em um hotel.
"Lá havia academia. Então
aproveitei para fazer musculação e esteira. Não precisei deixar minha programação."
Outras duas duplas nacionais
estréiam no torneio olímpico
na madrugada de amanhã. Talita e Renata enfrentam Candelas/Garcia, do México, à 1h. Na
seqüência, Márcio e Fábio Luiz
pegam Lione e Amore, da Itália.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
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