São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2011 |
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TOSTÃO A maioria repete
É uma avacalhação os times brasileiros, por causa de dois amistosos da seleção, jogarem desfalcados de seus principais jogadores. O absurdo não são as partidas do Brasil. O time tem de jogar, nas datas Fifa. O absurdo é não parar o campeonato. Para mudar o calendário, bastaria diminuir o tempo dos Estaduais e aumentar o do Brasileirão. A CBF não faz isso devido aos interesses políticos e comerciais dela e de seus parceiros. No meio da semana, o São Paulo não aproveitou a fragilidade do Cruzeiro. Vagner Mancini disse que, se o time jogar sempre assim, não vai cair. Não vejo melhora. O Cruzeiro fez três gols circunstanciais e por erros da defesa do São Paulo, característica de todas as equipes treinadas por Adilson Batista. Os laterais marcam mal, e os volantes e os zagueiros estão sempre atrasados na cobertura. Apesar de fazer pose para dar um passe e de se achar um craque, que não é, Casemiro deveria ser bem orientado, e não barrado. O Corinthians enfrenta o bom time do Atlético-GO. Pelo que vi na TV, Adriano continua um gigante, na altura e por todos os lados. Mesmo assim, se se movimentar um pouco, é melhor que os outros. Lembra Ronaldo. Será que as piadas e as fofocas serão as mesmas? Falam que Alex e Danilo, os dois mais criativos do Corinthians, não podem jogar juntos. Não entendo. Alguém diz, e a maioria repete. O líder Vasco enfrenta o Internacional. Escuto, desde o início do campeonato, que o Inter tem o melhor elenco do país. A maioria repete. Esse foi o motivo de Falcão ter sido demitido. Ele pediu reforços, com razão, e os dirigentes, prepotentes e iludidos de que o elenco é uma maravilha, sentiram-se ofendidos. Este é um campeonato ambíguo, intenso (a palavra continua na moda), com gols belíssimos, vários jogadores na seleção e melhores momentos espetaculares -a maioria só vê os melhores momentos, mas o estilo, o futebol coletivo e a qualidade das principais equipes não me agradam. O Brasileirão é ótimo, sem ser. É e não é. Quem não seguiu a maioria foi Steve Jobs. Eu, que não sou consumidor de tecnologia, sou seu admirador. A máquina faz o homem mais feliz? Penso que não, mas ela não tem nada a ver com sua angústia existencial. O problema não é ser refém da máquina. Essa dependência trouxe também grandes benefícios. O perigo é incorporá-la, fundir-se com ela. É o que ocorre quando se cria um personagem. A criatura e o criador se tornam a mesma pessoa. Texto Anterior: A rodada Próximo Texto: Pena Índice | Comunicar Erros |
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