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FUTEBOL
Com pontos corridos, times de bom desempenho em finais fracassam e ficam longe de título e vaga na Libertadores
Ases do mata-mata sucumbem no BR-03
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na primeira versão do Campeonato Brasileiro com pontos corridos, os clubes de melhor aproveitamento em decisões na competição vão mal. Já times com histórico de "mortes na praia" estão perto do título ou de uma vaga na Taça Libertadores em 2004.
Até hoje, 13 clubes disputaram
pelo menos duas decisões do mais
importante campeonato do país.
Destes, só seis ostentam um aproveitamento igual ou superior a
50% em finais do Nacional.
Nessa turma, só o Internacional
(venceu três das quatro decisões
que fez até hoje) faz bom papel
agora -começou a rodada no
quinto lugar, dentro da zona de
classificação à Libertadores.
Os outros reis do mata-mata
mais importante do Brasileiro estão bem longe do topo da elite.
O caso mais dramático é o do
Grêmio, que só foi derrotado em
uma das três finais que jogou. Os
gaúchos estão na lanterna da edição 2003 desde o início do segundo turno e estão muito perto da
segunda divisão, na qual está o
Palmeiras, que ficou com o título
nacional em quatro das seis vezes
em que foi até uma final.
Três das equipes mais populares do país e que também têm lugar no rol de "matadores" em decisões fazem papel de figurante.
O Flamengo, que nunca perdeu
no campo uma final de Brasileiro,
reagiu nas últimas rodadas, mas
iniciou o final de semana apenas
na nona posição na tabela.
Papel muito pior fazem Corinthians (50% de aproveitamento
em decisões de Brasileiro) e Vasco
(foi batido em apenas duas das
seis oportunidades que teve a
chance de decidir o certame).
Com uma série atual de quatro
derrotas consecutivas, o time
paulista era até o início da 42ª rodada o 15º na classificação, apenas
dois pontos à frente do clube de
São Januário, cuja diretoria, chefiada por Eurico Miranda, é uma
das mais ferrenhas adversárias
dos pontos corridos.
Enquanto os ases do mata-mata
fracassam, outros grandes sem a
mesma competência e sorte na
hora H do Nacional colhem bons
frutos no até então inédito sistema de pontos corridos.
A começar pelo maior candidato ao título, o Cruzeiro.
Único dos fundadores do Clube
dos 13 que ainda não tem na sua
galeria o troféu de campeão brasileiro, o clube de Minas Gerais já
disputou e perdeu três decisões
do torneio -em 1974, 1975 e
1998. Além disso, apesar de ter tido o melhor aproveitamento da
edição de 1996, também passou
em branco naquela ocasião.
Na disputa pelas vagas na Libertadores, estão outros clubes que
tiveram muitos dissabores no sistema de séries eliminatórias.
É o que aconteceu no ano passado com o São Paulo. O time do
Morumbi, que perdeu quatro das
sete finais que fez no Nacional (foi
vice uma outra vez em um triangular), liderou com folga a primeira fase, mas acabou sucumbindo nas quartas-de-final diante
do Santos e não conseguiu vaga
no torneio sul-americano, objetivo que pode ser alcançado agora,
apesar de registrar uma performance bem mais modesta.
Atlético-MG e São Caetano,
acostumados a morrer na praia,
também podem sair do Brasileiro-03 com algum lucro (uma vaga
na próxima Libertadores).
O time mineiro é a maior vítima
do mata-mata. O Atlético-MG
terminou entre os quatro primeiros do Brasileiro em 14 oportunidades, recorde do campeonato. O
clube, entretanto, só ficou com o
título uma única vez -em 1971,
quando não houve final, e sim um
triangular decisivo.
Já o São Caetano tem fama mais
recente de tremer em finais. O time do ABC foi vice-campeão em
2000 e 2001. No ano passado, caiu
nas quartas-de-final.
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